Quem são os acusados de matar Rubens Paiva e o que aconteceu com eles.(FOTO: Reprodução Acervo Publico)
Quem são os acusados de matar Rubens Paiva e o que aconteceu com eles.(FOTO: Reprodução Acervo Publico)

Impunidade, memória e a busca por justiça: o caso Rubens Paiva continua sem respostas, enquanto um dos acusados ainda recebe aposentadoria de R$ 23 mil como militar

A morte de Rubens Paiva, ex-deputado federal e militante político, continua sendo um dos maiores símbolos de repressão durante a ditadura militar no Brasil.

Embora os responsáveis por seu sequestro e morte sejam apontados, a impunidade ainda persiste. Entre os acusados, um continua vivo e recebe aposentadoria de R$ 23 mil, com base em seu trabalho como militar.

O Caso Rubens Paiva: sequestro, tortura e desaparecimento

Rubens Paiva sequestrado em janeiro de 1971 e levado para o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), no Rio de Janeiro. Lá, ele sofreu tortura até sua morte.

As autoridades militares, no entanto, ocultaram sua morte e criaram versões falsas sobre seu desaparecimento.

Em 2012, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) confirmou o assassinato de Paiva e revelou que sua morte parte de uma repressão generalizada durante o regime militar.

O Filme Ainda Estou Aqui resgatando a história de Rubens Paiva e sua família

A história de Rubens Paiva ganhou nova visibilidade com o lançamento do filme Ainda Estou Aqui, premiado com o Oscar 2025 de Melhor Filme Internacional, no noite do último domingo (02/03)

Inspirado no livro de Marcelo Rubens Paiva, filho de Rubens, o filme traz à tona a dor e as perdas de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado.

Ela presenciou o sequestro e a morte do marido durante a ditadura e, até hoje, não obteve respostas oficiais.

Assim, o filme denuncia o sofrimento das famílias que, apesar de todo o tempo, continuam sem justiça, pois os responsáveis nunca devidamente responsabilizados.

Os Acusados

Entre os militares apontados como responsáveis pela morte de Rubens Paiva, Sebastião Curió, ex-major do Exército, destaca-se como um dos mais conhecidos.

Curió tem ligação com a repressão em Goiás, mas sua participação na morte de Paiva ainda não formalmente reconhecida.

Além disso, Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-CODI de São Paulo, também figura como um dos acusados.

Ustra, que faleceu em 2015, um dos principais responsáveis pela tortura e repressão durante a ditadura e, por isso, ainda é associado ao caso de Rubens Paiva.

O Acusado Vivo

Entretanto, um dos acusados continua vivo. Trata-se de um coronel reformado, que recebe aposentadoria de R$ 23 mil mensais por seu trabalho como militar.

Essa situação gerou grande indignação, pois ele continua a ser beneficiado, enquanto os familiares das vítimas, como os de Rubens Paiva, permanecem sem respostas.

Embora ele seja alvo de investigações, ainda não enfrentou processos judiciais pela sua participação no caso.

Portanto, ele continua sendo um símbolo da impunidade dos responsáveis pelos crimes da ditadura militar.

O Processo de Justiça

A busca por justiça continua, mas a apuração dos crimes cometidos durante a ditadura militar ainda encontra obstáculos.

A falta de uma legislação eficaz, além da resistência de alguns setores da sociedade, dificulta as investigações.

Apesar disso, organizações de direitos humanos, familiares das vítimas e políticos engajados na causa continuam pressionando para que os responsáveis devidamente punidos.

Dessa forma, o caso de Rubens Paiva segue sendo um exemplo claro de impunidade e da dificuldade que o Brasil enfrenta para lidar com seu passado.

A Retomada das Investigações

Nos últimos anos, as investigações sobre os crimes da ditadura ganharam maior atenção, o que aumentou a expectativa de que os acusados finalmente enfrentem a justiça.

Organizações de direitos humanos, familiares das vítimas e políticos comprometidos com a verdade continuam pressionando para que as investigações avancem.

Assim, a memória de Rubens Paiva se mantém viva, pois seu caso simboliza a luta pela verdade e pela justiça.

A sociedade, por sua vez, deve buscar respostas e responsabilização pelos abusos cometidos durante o regime.

O caso de Rubens Paiva tornou-se um dos maiores símbolos da opressão da ditadura militar e da luta pela justiça.

Embora alguns dos acusados ainda usufruam de benefícios como aposentadorias, a busca por respostas segue sendo essencial.

A verdade sobre o que aconteceu com Paiva e outras vítimas do regime ainda precisa ser confrontada, para que o Brasil possa superar as sombras da ditadura e garantir que episódios como esses não se repitam.

Portanto, a esperança das famílias é de que a justiça seja feita, e a história finalmente seja reconhecida.