Delano aguarda a publicação da janela partidária para se decidir (Foto: Geovany Corrêa/CMD)

Amanda Quintiliano

Não é a primeira vez que o vereador de Divinópolis, Dr. Delano (PMDB) usa a tribuna da câmara para registrar o descontentamento com o secretariado. Nesta terça-feira (16) ele foi além e chegou a disparar que “está quase com saudades do Vladimir [ex-prefeito]”. Delano é do mesmo partido do atual prefeito, Galileu Machado (PMDB), mas não tem dado trégua.

O peemedebista já havia mandado recado em outras reuniões para o governo. Destacou principalmente a dificuldade de falar com o secretário de Saúde, Rogério Barbiere. E, tem batido na tecla da liberação de amostras grátis de medicamentos em unidades públicas de saúde. Sem resposta, ele deixou claro do que é capaz nesta terça-feira.

Três projetos do Executivo foram barrados. Delano articulou até não deixar passar nenhum deles. Umas das matérias, a mais debatida, prevê gratificação para preceptoria. O outro é de suplementação orçamentária de R$ 947 mil e por fim, crédito especial de R$ 29 mil. Todos tiveram a votação adiada, mesmo com as argumentações do líder do Executivo, Edson Sousa (PMDB).

Antes mesmo da votação, Delano já tinha alertado.

“Veja só o que vai acontecer hoje por causa do seu secretariado”.

Delano abriu o pronunciamento dizendo que queria que o prefeito o estivesse ouvindo ou, pelo menos, os assessores.

“Não é possível meu Deus, e eu sou do partido dele, carreguei ele no carro. Dei quase 3 mil votos para ele. Quem votou em mim votou nele. Era Galileu pra cá, Galileu pra lá. Estou quase com saudade do Vladimir”, disparou, despejando todo o descontentamento com o secretariado.

Afirmou que está ficando feio para Galileu a inacessibilidade dos secretários e colocou o cargo de presidente da Comissão de Saúde à disposição.

“Saúde é castigo”, enfatizou, dizendo que ele tem condições de comprar medicamentos, mas que o “povo que o carregou nas costas, não”.

A afirmação foi em resposta a proibição da distribuição de amostras grátis de medicamentos nas unidades de saúde. A circular é do ano passado, mas Barbiere se negou a suspendê-la.