Amanda Quintiliano

 

As nascentes foram protegidas (Foto: Divulgação/Imagem Ilustrativa)

As nascentes foram protegidas (Foto: Divulgação/Imagem Ilustrativa)

A notícia sobre a seca da principal nascente do Rio São Francisco, em São Roque de Minas, impressionou muita gente e chamou ainda mais a atenção para um assunto que vem sendo manchete nos noticiários: a falta d’água. Essa já é considera a pior seca da região sudeste do país. Em Divinópolis, o abastecimento até agora foi assegurado. Isso se deu devido a uma intervenção iniciada ainda em 2005, com o cercamento das nascentes nos afluentes do Rio Itapecerica.

 

Nos últimos nove anos, 2,5 mil quilômetros de nascentes foram cercados e recuperados, isso representa cerca de seis espalhadas pelos sete municípios afluentes do Rio Itapecerica, são eles: Oliveira, São Francisco de Paula, Itapecerica, Cláudio, São Sebastião do Oeste, Carmo da mata, além de Divinópolis.

 

“Se não tivéssemos feito este trabalho o rio estaria seco agora”, enfatiza a presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará (CBH), Regina Greco.

 

O trabalho foi feito em parceria com as prefeituras de cada um dos municípios. A Prefeitura de Divinópolis, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, contribuiu com transporte e também com a mão de obra na recuperação das nascentes.

 

Economia

 

Mesmo com o trabalho do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará, os riscos de racionamento ainda não estão descartados. A Copasa está captando 80% da água para o abastecimento da cidade. A situação ainda não chega a ser comparada com os casos de Pará de Minas, Carmo do Cajuru, Santo Antônio do Monte, mas requer atenção.

 

A presidente do CBH disse que o momento não é de racionamento obrigatório, mas voluntário.

 

“É o racionamento no sentido de uso consciente da água, sem desperdício. Se não vai ficar mesmo sem água. A situação não está igual em Pará de Minas, Iguatama, porque cercamos as nascentes, recuperamos as que estavam mortas”, destaca.

 

Outro fator que, segundo ela, ajudaria aliviar o Itapecerica é a captação de água do Rio Pará. A proposta é que haja uma divisão de 50% para cada um dos rios.

 

“A Copasa tem que investir na captação do Rio Pará”, completou.

 

O Rio Pará tem uma extensão de 15.500 quilometros quadrados. Ele corta 35 municípios de Minas Gerais.

 

Copasa

 

Em nota encaminhada à imprensa, na sexta-feira (19), a Copasa informou que segue monitorando o Rio Itapecerica. Reconheceu que a situação é crítica, mas afirmou que ainda é possível assegurar a normalidade do serviço de abastecimento, sem prejuízos para a produção de água tratada em Divinópolis. Na captação do Rio Pará, a situação também está sob controle.