O déficit atual da Santa Casa de Formiga é de R$ 3 milhões. O valor confirmado pelo presidente interventor, Rui Sobreira, nesta quarta-feira (07), representa todas as contas vencidas. O valor equipara ao que o hospital tem para receber de procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O problema é que não há previsão de repasse. Enquanto isso a dívida vai aumentando.
O saldo das obrigações devidas da Santa Casa, ou seja, os passivos, chegam a R$ 16 milhões. A maior parte do montante é referente a empréstimos feitos e acumulados ao longo dos últimos 30 anos. Dentre eles está o financiamento que viabilizou as obras de ampliação da unidade. Entretanto, segundo o interventor, são contas que eles já pegaram parceladas e negociadas.
A preocupação é em sanar esse déficit de R$ 3 milhões. A expectativa está concentrada na Prefeitura de Formiga e também no Governo Estadual. Juntos eles devem repassar a Santa Casa R$ 3.196.566, 68. Enquanto o dinheiro não chega, medidas para conter gastos serão adotadas, por exemplo, enxugamento da máquina.
“Estamos trabalhando, conversando com a prefeitura. Mas, não sabemos como fazer”, disse o interventor, descartando a desassistência em curto prazo.
“Não há risco iminente. Precisamos honrar os compromissos e estamos exaurindo todas as nossas negociações”, afirmou.
Ilegalidades
Os interventores ainda não falam em ilegalidades, apesar dos indícios apontados pelo Ministério Público. Os contratos ainda estão em fase de análise. Entre eles está um firmado com uma empresa ligada à família do provedor afastado, Geraldo Couto.
A GMC Saúde possui dois contratos com a entidade e recebeu de janeiro a novembro deste ano cerca de R$920 mil.
O contrato com a Unidade de Pronto Atendimento (UPA – 24 horas) de Divinópolis também será analisado. Rui Sobreira, inicialmente, descartou o cancelamento e evitou usar palavras como “inviável”, apesar das notícias ventiladas de que ele não seria rentável para a Santa Casa.
A Santa Casa venceu a licitação para gerir a UPA com contrato de R$ 1.599 milhão ao mês.
A reportagem do PORTAL tentou contato por telefone com Geraldo Couto, mas as ligações não foram atendidas.