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A situação da maternidade do Hospital São João de Deus (HSJD) se agravou nesta semana. Até mesmo a triagem feita pelas enfermeiras e as avaliações realizadas pelos médicos foram suspensas. A informação não é oficial. Mas, até mesmo a notícia repassada, inicialmente, pela Assessoria de Comunicação da unidade, dar conta sobre a suspensão dos serviços.

A medida representa o rompimento do acordo feito entre a superintendência do hospital e a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa). O pré-atendimento no São João de Deus fazia parte do plano de contingência elaborado pelas duas partes. O hospital era a porta de entrada para o encaminhamento das gestantes para a rede particular de Divinópolis e de Belo Horizonte.

Agora é como se as gestantes estivessem em um labirinto. Estão no meio do fogo cruzado sem saberem para onde vão. Até o momento nenhum comunicado sobre o assunto foi emitido pelos órgãos responsáveis. A única justificativa é de que representantes estão em constantes reuniões. Enquanto isso, parturientes esperam pelos corredores.

A expectativa era de que a superintendência chegasse a um acordo com os obstetras na segunda-feira (17). Mas, mais uma vez eles recusaram a proposta de reajuste. A alegação é de que a proposta não contemplava melhorias estruturantes no setor. Sem acordo, sem médicos. Sem médicos, sem atendimentos. Onde será que isso irá parar?

Até agora os governos federal e estadual estão fechando os olhos para o problema. Desde a eleição, não se ouve um pio sobre o assunto em qualquer um dos corredores das esferas acima citadas. O município tem corrido de um lado para o outro tentando manter a assistência. Mas, só ele não é suficiente. Como garantir atendimento a 54 municípios?

O acordo firmado entre o município e o hospital irá vencer apenas no dia 31 de dezembro. Mesmo assim a unidade o rompeu, sem explicações para a população e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa cena se repete há meses. A superintendência deixa para se manifestar apenas quando já não há justificativas e quando a população já está apavorada. Até os mais “entendidos” começam a desconfiar desta política de silêncio.

Só o contrato com os hospitais Santa Lúcia e Santa Mônica chegam a quase R$ 807 mil. O município ainda conta com o suporte de uma unidade em Belo Horizonte e também com a Unidade de Pronta Atendimento (UPA – 24 horas) de Divinópolis. São atendidas gestantes da cidade e também dos municípios que compõem a macrorregião.