Plano de contingência para agilizar atendimento é apresentado pela Semusa
Marcelo Lopes
A Secretaria Municipal de Saúde e as diretorias clínicas e de emergência da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto, apresentaram na tarde desta quarta (13), um plano de contingência para desafogar a superlotação que existe na localidade, desde a inauguração. Todo o novo sistema reorganizado de atendimento terá o investimento de R$ 200 mil por mês, oriundos do orçamento municipal.
“Preocupado com isso [superlotação], fomos provocados por determinação do Ministério Público e pelo Conselho Regional de Medicina, para que a gente desse uma resposta a este atendimento”, disse o secretário de saúde, Amarildo Soares.
Novos leitos
Com isto, o município irá custear 20 novos leitos, exclusivamente para pacientes da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no Complexo de Saúde São João de Deus. Atualmente, a Unidade de Pronto Atendimento está com 68 pacientes em espera para transferência. Do número total, são seis para o CTI, 36 para clínica médica, 10 para cardiologia, nove para ortopedia, três para pediatria, três para cirurgia e um para neurologia. Fora estes dados, estão cerca de 80 a 90 pacientes ortopédicos, que aguardam atendimento em casa.
A implantação dos leitos irá ser realizada nos próximos 15 dias, devido aos ajustes contratuais e de aumento na equipe do hospital, para este tipo de atendimento, que será feito dentro do programa Fast Track, já implantado em outras unidades, como na UPA do Hospital Odilon Behrens, em Belo Horizonte.
Divisão
De acordo com a diretora de urgência e emergência da UPA, Cristiane Silva Joaquim, a equipe técnica, junto com o próprio hospital, definiu como leito de retaguarda do município, leitos clínicos, onde os pacientes tenham maior rotatividade. Dos 328 leitos disponíveis para a região ampliada do Centro-Oeste, Divinópolis tem direito a 48% deste número, devido a base populacional.
“Os casos são menos graves e precisam de um número de dias de tratamento relativamente menor, para garantirmos uma quantidade maior de vagas diariamente”, disse Cristiane.
Atendimento
De acordo com Amarildo, em primeiro momento, os usuários continuam sendo atendidos, com base no Protocolo de Manchester, ou seja, baseado na gravidade do estado do paciente.
“O que pretendemos é auditar essas classificações para que elas melhorem, do ponto de vista de rapidez no atendimento e de assertividade na classificação, mas será garantido os cem por cento da mesma”, disse o secretário.
Reformulação
Segundo o diretor técnico da UPA, Marco Aurélio Lobão este novo procedimento faz parte do processo de interdição ética, validado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) e solicitado pela própria diretoria técnica.
“Sabemos que os pacientes, em número excessivo nos corredores, correm risco de medicação equivocada, os médicos que trabalham com esse número, são submetidos a uma pressão intensa e que diminui a proficiência técnica, então tudo isso que compõe o indicativo de interdição ética, fazemos a solicitação dela e ao mesmo tempo apresenta um plano, para que a gente consiga mudar este panorama. É justamente a gente entender que um problema existe, que é o indicativo e o plano de contingência a nossa tentativa de solução para isso”, explicou.
Lobão pede o apoio da população para a compreensão de que a porta de entrada, serão para os atendimentos de atenção primária.
“Os casos sensíveis, de urgência e emergência é que devem ir a UPA, aquele caso que tem um risco de vida iminente ou o sofrimento intenso”, finalizou.