Amanda Quintiliano
Desde o início da crise vivenciada pelo Hospital São João de Deus, pela primeira vez, o secretário nacional de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, esteve na unidade, em Divinópolis. Nesta sexta-feira (08) ele se reuniu com a direção da entidade e com autoridades para detalhar os problemas e verificar o cumprimento do plano de ação de recuperação desde a intervenção, há cerca de dois meses.
Helvécio disse que os primeiros passos para “oxigenação” do hospital já foram dados. Agora, segundo ele, resta cumprir o cronograma traçado para dar sustentabilidade e permitir a recuperação definitiva e o crescimento.
Ele destacou as pactuações entre os governos estadual, federal e municipal como um dos pontos responsáveis em impedir o fechamento. “O hospital estava num caminho muito ruim, iria fechar, nós temos que assumir que isso era um problema gravíssimo para a saúde de todo o Oeste de Minas, mas invertemos essa curva e posso dizer que foram só os primeiros passos, temos muito caminho para equacionar os problemas para que o hospital possa ser uma referência”, disse.
A intervenção para reorganização administrativa também foi colocada pelo secretário como uma das medidas para salvar o São João de Deus. Ele lembrou que não havia controle administrativo financeiro, como de preço ou de compra, o que dificulta ainda mais colocar “a casa em ordem”.
“A solução está sendo dada a cada dia. Não há nenhum milagre, nenhum passe de mágica, é muito trabalho”, afirmou.
Crescimento
Magalhães ainda considerou inaceitável a paralisação do atendimento ortopédico e o fato da unidade contar apenas com 10 Unidades de Tratamento Intensiva (UTI). Entretanto, afirmou ser necessária a estabilidade financeira antes de apostar na ampliação. “Não tem cabimento um hospital desse porte ter 10 leitos de UTI, mas isso significa ter sustentação para crescer”, completou.
Na próxima semana também deverá ser confirmada a renegociação da dívida de quase 100 milhões com a Caixa Econômica Federal (CEF). O secretário não quis antecipar detalhes da negociação, mas sinalizou estar avançada e caminhando para um acordo.
Sobre a transformação da unidade em Hospital Escola, ele ressaltou que a alternativa está se tornando unanime. “Há uma concordância de isso ser parte da mudança. A Universidade federal é parte da solução e não problema”, enfatizou. A medida pode representar ampliação da receita com o repasse para pagamento de médico preceptores e também de residentes da Universidade Federal de São João Del Rei.
Visita
Ele também participou da inauguração dos 20 leitos de UTI na Santa Casa de Formiga. Foi investido R$ 1,2 milhão e serão atendidos os 54 municípios da macrorregião, uma população estimada em 1,2 mil habitantes.