Secretário de estado de Saúde Fábio Baccheretti destacou o avanço da vacinação (Foto: Reprodução Redes Sociais)

Fábio Baccheretti disse que Santa Casa de Carmo da Mata não tem o básico para leitos COVID; Ele confirma estudo para abrir ala do hospital regional

O secretário de estado de Saúde Fábio Baccheretti confirmou a possibilidade de abrir leitos para pacientes com COVID-19 no hospital regional, em Divinópolis. A declaração foi feita em um vídeo em que ele rebate as críticas sobre o hospital vazio, em plena a pandemia, em Carmo da Mata. 

A unidade foi filmada pelo vereador de Divinópolis Diego Espino (PSL) no final da noite de domingo (28/3) e viralizou na internet. Entretanto, a unidade, como foi reafirmado pelo secretário, não tem estrutura para tratar pacientes com COVID, mesmo em enfermaria.

A unidade ficou de fora do plano de contingência do estado por não ter perfil de atendimento de alta complexidade. Além disso, ela não conta com rede de gás medicinal hospitalar (que possibilita a chegada de oxigênio a pacientes, por exemplo), respiradores,  monitores e recursos humanos (equipe) em quantidade suficiente.

“Este hospital que foi mostrado neste vídeo não tinha nenhuma dessas estruturas, faltava o básico para abertura de leitos”, afirmou.

Baccheretti ainda disse que o estado está se esforçando para abrir leitos, porém isso depende de vários fatores.

“E um dos principais é que o hospital tenha estrutura complexa para abrir esses leitos. Isso inclui, equipamentos, rede de gases, especialmente oxigênio, recursos humanos”, citou.

Hospital regional

Citando a abertura de leitos na macrorregião Oeste, ele confirmou que está em estudo a possibilidade de ativar uma ala do hospital regional – com obras paradas há cerca de cinco anos – para leitos COVID.

Disse que a partir do plano de contingência o estado avalia todos os fatores que envolvam a existência de um leito hospitalar e que abertura de novas vagas está condicionada à estrutura básica mínima exigida.

“Na macrorregião Oeste, estamos sim tentando abrir novos leitos, como no hospital regional de Divinópolis. Temos todo o compromisso de além de expandir leitos, expandir com qualidade, que não gere nenhum risco assistencial ao cidadão que precisa neste momento da ajuda de um leito hospitalar”, confirmou.

A prefeitura de Divinópolis já havia anunciado as negociações para 40 leitos de enfermaria e outros 20 de terapia intensiva. O estado teria que repassar R$3,6 milhões para a conclusão da ala e equipagem. O custeio mensal giraria em torno de R$950 mil. A gestão ficaria por conta do  Cis-Urg – consórcio responsável pela administração do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu – Oeste).

O hospital de campanha terá condições de funcionar 30 dias após a liberação do dinheiro, ainda sem previsão.

Qualquer hospital

Qualquer hospital do estado que atenda os requisitos mínimos pode solicitar a abertura de leitos COVID pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

“Caso haja qualquer hospital que o gestor queira abrir leitos para COVID, o estado contribui com todo o seu equipamento, com o financiamento e com alguns insumos, mas o recurso humano, que é o básico tem que vim deste prestador”, explicou.

Santa Casa tem débitos

A Santa Casa de Carmo da Mata tem outro obstáculo que a impede de receber recursos estaduais. O diretor administrativo Antônio Afonso Bernardo Junior confirmou que a unidade não tem a Certidão Negativa de Débito (CND), devido a um débito de gestões anteriores que chega a R$1,5 milhão.

Ele reconhece as deficiências estruturais do hospital e descarta a abertura de leitos COVID. Porém, afirma que se houvesse aporte financeiro a unidade poderia ser adequada para atender pacientes com outras doenças de baixa complexidade.

“Poderíamos atender pacientes não COVID, pois a gente consegue fazer isso sem montar CTI, equipes com infectologistas (…) Esses pacientes poderiam ser trazidos para cá e desafogaria os demais hospitais para atender COVID”, afirmou Junior.

As pendências fiscais que impedem a emissão da CND estão em análise.

“Nosso escritório de advocacia está tentando ver o que é possível fazer. Estamos falando de débitos de gestões anteriores de 20 anos”, disse.

A Secretaria de Estado de Saúde e a prefeitura do município também destacaram a falta de estrutura da Santa Casa.