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O secretário municipal de Saúde, Rogério Barbieri, concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (05). Barbiere revelou que o governo de Minas Gerais deixou de passar até o momento R$ 40 milhões para saúde, e a prestação de serviços passa por dificuldade para atender as demandas.

Somente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto o governo de Minas Gerais deixou de passar 13 parcelas de R$ 125 mil. Já o governo federal repassa R$ 500 mil por mês e esse recurso está em dia. A unidade, que atende 400 pacientes por dia, é gerenciada pela Santa Casa de Formiga.  

Barbiere destacou o empenho do município em custear a unidade sem o repasse estadual.

“Não podemos desassistir a população. Estamos empenhados em resolver os problemas da unidade. Se tiver uma paralisação de médicos, vamos resolver o mais rápido possível. Parar efetivamente não vamos. Temos uma responsabilidade social e será sempre prevalente. A UPA não fecha sexta-feira”, afirmou o secretário de Saúde, destacando que a unidade é a maior do Brasil.

Para conseguir manter a UPA em funcionamento outras áreas estão sendo atingidas. Há dois meses o consórcio que gere do Serviço de Atendimento de Urgência (Samu) está sem receber. O Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região do Vale do Itapecerica (Cisvi) também não recebe por igual período.

Apesar de manter a afirmação de que irão fazer tudo para manter o funcionamento da UPA, ele reconhece que se a fonte esgotar totalmente, não haverá outra saída. Em algum momento, por exemplo, os dois consórcios que estão sem receber irão cobrar o município e, se não houver dinheiro, a unidade poderá ser fechada.

“Ninguém trabalha sem receber”, enfatizou.

Folha de pagamento

O secretário municipal ainda explicou sobre a folha de pagamento dos médicos e os insumos.

“Ainda temos insumos na unidade. Com relação à folha de pagamento médica, a de julho está paga 65%, representando R$ 600 mil do salário dos médicos que trabalham para a Santa Casa de Formiga. Já os profissionais lotados no município estão com os pagamentos em dia”, informou. 

Rogério Barbiere falou sobre a possibilidade de romper o contrato com a Santa Casa de Formiga.

“Existe uma manifestação da Santa Casa de Formiga, de rescindir o contrato junto à Secretaria Municipal de Saúde, que também tem esse interesse. Em uma conversa podemos alinhar essa rescisão”, disse.