A perícia médica apontou como causa da morte do segurança Edson Carlos Ribeiro, de 42 anos, mal súbito cardíaco. O laudo foi divulgado, nesta sexta-feira (8/10), pela Polícia Civil. Ribeiro morreu no dia 25 de setembro após ser agredido com um soco enquanto trabalhava em uma festa no Parque de Exposições, em Divinópolis.
De acordo com a perícia, foram identificados um hematoma próximo da nuca e uma lesão acima do supercílios, todas internas, sem feridas. Ainda segundo a perícia, elas não eram suficientes para resultar na morte do segurança.
No decorrer da perícia, foi verificada alteração no tamanho do coração. Ele estava duas vezes maior que o normal. O órgão foi levado para Belo Horizonte, onde foi submetido a outros exames e constatado que a morte foi causada por mal súbito em decorrência de doença preexistente.
Ribeiro, segundo a Polícia Civil, sofria de cardiomiopatia hipertrófica. Além do laudo pericial, a doença foi confirmada por meio do histórico médico. Desde 2017, ele fazia tratamento de hipertensão. Em 2018, ele foi diagnosticado com a doença cardíaca e teve os medicamentos ajustados.
O delegado responsável pelo caso, Marcelo Nunes contou que a doença era desconhecida pela família.
“Nem a família sabia que ele tinha esse problema cardíaco. Nem a esposa, casada há 14 anos, que vivia com ele, mas conhecia há 25 anos. Se ela não sabia, o autor que desferiu o soco teria ciência que a vítima tinha problema cardíaco? Isso eu vou deixar para a justiça decidir”, afirmou.
Com a causa em mãos, duas questões foram avaliadas pela perícia.
“São duas perguntas que a gente se fez o tempo todo. O estado de estresse que ele estava poderia ter causado arritmia, a morte súbita? Sim. A lesão que ele sofreu, se ele não tivesse nenhum problema cardíaco o levaria a morte? Não.”, respondeu a médica legista, Andressa Vinha Zauncio.
Soco-inglês
A perícia descartou o uso do soco-inglês como havia sido cogitado no início das investigações a partir de relatos testemunhais.
“Temos 20 pessoas dizendo o contrário, e uma prova pericial tanto do local, como médico legal, que descarta a utilização. Isso que importa na conclusão do inquérito”, afirmou o delegado Flávio Tadeu Destro.
Um experimento foi realizado pela perícia e constatou-se que um soco com a artefato teria impacto sete vezes maior e teria causado ferimentos externos, o que não ocorreu.
Prisão
O empresário Pedro Lacerda, suspeito da agressão, está preso desde o dia 26 de setembro no presídio Floramar. Ele nega o crime e diz que estava sob efeito de álcool.
Ele foi indiciado por lesão corporal seguido de morte, mas no decorrer do processo o crime pode ser classificado como lesão leve. Cabe ao Ministério Público emitir suas considerações porque ele é o titular da ação penal.