Amanda Quintiliano
A visita do presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Kleber Morais ao Hospital Público, em Divinópolis, serviu para reaquecer a discussão sobre a paralisação das obras. Paradas desde outubro do ano passado, enquanto elas não forem concluídas não dá para falar sobre a federalização da unidade.
A Ebserh administra 39 hospitais em todo o país. Como já mostrado pelo PORTAL, há outros 15 aguardando na fila e Divinópolis ainda não está entre eles. Para a cidade ser tratada como prioridade, o primeiro passo, por questões óbvias, é concluir a construção que já tem mais de seis anos e pode levar, no mínimo, mais dois anos.
“Sem a conclusão da obra não podemos fazer nada. Depois da obra concluída é necessário o repasse do hospital para a universidade”, explica Morais.
Para concluir entre 18 a 24 meses, a Secretária de Estado de Saúde (Ses) precisa, imediatamente, liberar recursos. Ainda restam a ser repassados cerca de R$ 16 milhões do segundo convênio e mais R$ 21 milhões para a segunda etapa que está em fase de licitação. Por enquanto, não há previsão do dinheiro ser repassado para a prefeitura.
Enquanto isso não acontece, o deputado federal, Jaime Martins (PSD) e a própria Universidade Federal de São João del-Rei (UFJS) se mobilizam para garantir que a unidade entre na fila da Ebserh. Essa é a possibilidade mais viável para garantir o custeio, já que nem o município e nem o Estado tem condições de desembolsar R$ 100 milhões ao ano para arcar com as despesas.
“Desta forma o hospital vai atender as escolas, Uemg, outras universidades regionais e ao mesmo tempo ser uma porta para a saúde, sobretudo da população de baixa renda. O hospital universitário tem essa característica de ter mão de obra especializada, pessoas dedicas e um atendimento de excelência”, defende Jaiminho.
Prioridade
O prazo mínimo para concluir as obras também dá folêgo para a Ebserh criar condições de assumir novos hospitais. Pelo menos até o próximo ano, nenhuma outra unidade, além das 39 já inseridas, serão incluídas na rede.
“É humanamente impossível, hoje, aceitarmos um hospital a mais. Temos um orçamento limitado que precisamos verificar e cuidar para os 39 já contratados. Temos um número importante de funcionários que é custeado e isso faz parte do orçamento que é preciso ser visto todos os anos. E, claro que o hospital de Divinópolis não entraria neste momento, porque não tem condições de entrar nenhum”, argumentou Morais.
O presidente da Ebserh evitou falar em priorização de qualquer unidade, mas descreveu algumas características que podem favorecer Divinópolis.
“Damos prioridade aos hospitais com melhores condições, que tenham ligação com universidades, onde tenha faculdade de medicina, outros cursos da área médica, para que o hospital sirva de cenário de prática para os estudantes”.
Qualificação
Com a federalização o município precisará doar o hospital público à UFSJ. Essa é a segunda etapa. Após a doação, a universidade precisará acionar a Ebserh que virá a cidade para avaliar as demandas, qualidade e outras especificações para incluir Divinópolis na lista.
A UFSJ está empenhada, já que com dois cursos de medicina, o maior deles na cidade, ainda não conta com o suporte de um hospital escola.
“Nossos cursos são concebidos como cursos sem hospital o que tem significado uma grande dificuldade no campo de prática para os nossos estudantes, especialmente quando vão para os anos finais. Para a nossa universidade ter um hospital que possa receber esses estudantes é essencial pois nos daria tranquilidade para ter continuidade”, concluiu o reitor, Sérgio.
Agilidade
O vice-prefeito Rinaldo Valério disse que está agendada para os próximos dias uma reunião com a Secretaria de Estado de Saúde para verificar a liberação do repasse para retomadas da obra. A data não foi informada.