Cerca de 300 pessoas lotaram o plenário da câmara nesta quinta (Foto: Amanda Quintiliano)

Os servidores e os representantes do Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintram) condicionaram a participação deles na reunião desta sexta-feira (01) à presença do prefeito, Vladimir Azevedo (PSDB). A categoria foi informada, nesta quinta-feira (31), pela comissão de vereadores, que o encontro será apenas com os membros do Conselho de Acompanhamento Administrativo Financeiro (CAA).

A informação foi repassada durante a reunião da câmara. Pela segunda vez os servidores lotaram o plenário pedindo a intervenção dos parlamentares na tentativa de reverter a decisão do prefeito. Desde a última segunda-feira (28) eles estão em greve cobrando a recomposição da inflação no salário de aproximadamente 11,37%.

Cerca de 300 pessoas lotaram o plenário da câmara nesta quinta (Foto: Amanda Quintiliano)

Cerca de 300 pessoas lotaram o plenário da câmara nesta quinta (Foto: Amanda Quintiliano)

A categoria aproveitou o plenário para realizar a assembleia do dia. Os servidores não aprovaram a participação do Sintram na reunião desta sexta-feira, marcada para às 10h. A argumentação é de que vários encontros já foram promovidos com o CAAF e de que ele não tem autonomia para decidir sobre as reivindicações.

“Essa foi uma decisão da categoria, em assembleia. Eles querem que negociemos diretamente com o prefeito e não com o CAAF”, afirmou a presidente do Sintram, Luciana Santos.

Pelo menos 300 pessoas ocuparam o plenário da Câmara e saíram em passeata até a porta da prefeitura onde o movimento será encerrado nesta quinta-feira. Com apitos, cartazes e nariz de palhaços eles pedem que o prefeito receba os servidores e abra negociação.

“É uma falta de respeito ele não nos receber, mais falta de respeito ainda é ele não dar a recomposição como ele prometeu”, afirmou a servidora da Secretaria Municipal de Saúde, Mirian Jesus Ferreira.

As palavras dela foram repetidas pelo servidor da Superintendência de Obras Públicas, Geraldo de Oliveira.  

“Ele fez um compromisso com o servidor e nós queremos simplesmente que ele honre este compromisso”, enfatizou.

Reunião

Os servidores alegam que a decisão de negociação cabe ao prefeito (Foto: Amanda Quintiliano)

Os servidores alegam que a decisão de negociação cabe ao prefeito (Foto: Amanda Quintiliano)

Um dos membros da comissão, o vereador Marcos Vinícius (PROS) disse que os parlamentares participarão da reunião.

“O encaminhamento foi para que o prefeito nos recebesse. Estarei lá e minha expectativa é que tenha o acompanhamento do senhor prefeito. O CAAF é formado por profissionais capacitados, mas a autonomia para este tipo de negociação parte do prefeito, é ele que baterá o martelo”, argumentou.

Desta vez não havia nenhum projeto na pauta para votação. Marcos Vinicius afirmou que mesmo se houvesse a orientação do partido é para não votar.

“Contudo, temos que ter responsabilidade porque a cidade não pode ser prejudicada. Há projetos que não são de interesse da administração mas que são de interesse da coletividade”, alegou.

Outros vereadores também estão dispostos a não votar projetos até que o prefeito receba a categoria, dentre eles estão: Adair Otaviano (PMDB), Anderson Saleme (PR), Marquinho Clementino (PROS), Careca da Água Mineral (PROS), Edimar Félix (PROS), para citar alguns.

Nesta sexta-feira os servidores irão se concentrar na porta da policlínica, às 07h, e seguirão em caminhada até a prefeitura. Hoje (31) a concentração foi na porta da Secretaria Municipal de Trânsito (Settrans).

Justificativa

Nesta quarta-feira (30) ao PORTAL o prefeito voltou a falar das dificuldades financeiras do município. Citou cidades em que serviços essenciais foram cortados, com o fechamento de unidade de saúde e escolas. Segundo ele, a queda na arrecadação, só neste primeiro trimestre, chega a pouco mais de 13% e que não há perspectiva de aumento.

Questionado sobre a possibilidade de negociar outro índice, ele afirmou que isto ainda não foi colocado na discussão e enfatizou outra vez a queda da receita.

Em nota no início da semana, a prefeitura informou que conceder a recomposição coloca em risco os serviços essenciais e também leva à possibilidade de atrasos e escalonamento de pagamento.