Em 2021, prefeitura de Divinópolis pagou R$ 1.049 por uma cadeira; O produto, com as mesmas especificações, foi licitado na sexta-feira (19/5) por R$ 221
Embora não tenha reconhecido o erro, mais de um ano após pagar R$ 1.049 por uma cadeira giratória, a Secretaria Municipal de Educação de Divinópolis (Semed), licitou o mesmo produto a R$ 221,67. O alto valor gasto pela pasta em 2021 resultou na Comissão Parlamentar de Inquérito, a CPI da Educação, que apontou indícios, na época, de superfaturamento. O relatório foi engavetado pela base do governo.
Os dados foram apresentados, nesta terça-feira (23/5), pelo presidente da câmara, o vereador Eduardo Print Jr (PSDB). Em 2021, segundo ele, a prefeitura comprou 82 cadeiras a R$ 1.049 cada por meio de adesão a ata de registro de preços (nº 228/2021). Na licitação (nº 125/2023), realizada na última sexta-feira (19/5), o mesmo produto foi licitado a R$ 221,67.
“Para que CPI da Educação se estava tudo certo? Se estava tudo certo, por que não pagou este preço há dois anos? O normal seria a cadeira estar mais cara hoje, pela inflação, por tudo o que aconteceu, ela está custando cinco vezes mais barata. Estou falando com documentos do Portal da Transparência”, colocou.
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A vencedora apresentou proposta com valor inferior para 200 unidades. Print afirmou que aguardará o prazo recursal para divulgar o nome da empresa e o preço.
O mesmo, conforme divulgado pelo vereador, ocorreu com outro modelo de cadeira. Em 2021, também por meio de adesão a ata de registro de preço, a prefeitura pagou R$ 499 por um outro modelo do produto (ISO fixo 9002 – cadeira fixa com quatro pés). Na licitação – pregão presencial – de sexta, o valor máximo era de R$ 176,75.
“A câmara exerce um papel de fiscalização. Quando a câmara abre o alerta do executivo, das coisas que ele está fazendo errado, não é por picuinha, nem por partido, nem por situação, oposição, não. É porque está se tratando de dinheiro público e o dinheiro público tem dono. E dono são as 240 mil pessoas”, afirmou.
Ironizando, parabenizou a Secretaria de Educação pela realização do processo licitatório.
“Que enxergou que a ata estava errada. Se estivesse certa teria aderido a ata de novo. Comprova-se com a licitação de sexta que houve erro. E não vai errar mais. E graças a que? A câmara municipal que alertou, que fez CPI, que levantou dados, números”, pontuou.
A reportagem do PORTAL GERAIS entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura e aguarda retorno.