Pela segunda vez, em pouco mais de um ano, o prefeito Vladimir Azevedo (PSDB) declarou “situação de emergência” a rede pública de saúde de Divinópolis. Neste último caso, em específico, a medida é válida apenas para a área obstétrica. O decreto estabelece 180 dias e possibilita a prorrogação por igual período.
Essa foi apenas uma das medidas adotadas pelo município para controlar o caos gerado com o fechamento da maternidade do Hospital São João de Deus (HSJD) – o único a atender pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na cidade. Desde semana passada o prefeito tem engrossado o tom e determinado ao secretário de Saúde, David Maia, que assegure a assistência.
Isso resultou na elaboração de um plano de retaguarda entre a Secretaria Municipal de Saúde e o hospital. Desde o sábado retrasado o município tem arcado com toda a despesa dos partos em hospitais particulares. Por parte do São João de Deus, foi assegurado um plantonista. Entretanto, quinta e sexta o acordo foi descumprido.
Boletim de Ocorrência
O descumprimento do plano foi registrado durante vistoria da Semusa na noite de quinta-feira. Como não havia ninguém na diretoria, o secretário registrou Boletim de Ocorrência para resguardar, administrativamente, o município. A ideia era apenas oficializar o dia e horário da visita.
“Todos os dias a nossa equipe vai até o hospital para verificar como está a situação dos plantonistas. Até quinta, a diretoria não havia nos
entregado a escala com nomes. Agora já foi feito. A intenção não foi pressionar o hospital, mas sim nos resguardar de um acordo. Se acontecesse algo lá? A Semusa se preparou para um plano de retaguarda que conta com o obstetra de plantão”, explica o secretário.
Mesmo com o secretário negando que a medida tenha sido para pressionar a superintendência, no sábado seguinte, os plantonistas começaram a atender. O atendimento é apenas para casos de urgência, os demais são direcionados para o hospitais da cidade e de Belo Horizonte e para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dependendo da avaliação das enfermeiras.
Valor
Os contratos firmados com os hospitais Santa Mônica e Santa Lúcia poderão custar até R$ 807 mil aos cofres municipais. O montante dependerá da quantidade de atendimento e partos. O valor corresponde a um ano de serviço. Entretanto, o secretário antecipou que a partir de agora será mantido um contrato com as duas unidades, mesmo quando a maternidade do São João de Deus voltar a funcionar.
“A gente fica com medo. Se aconteceu uma vez pode acontecer outra e por isso achamos por bem manter um contrato que nos assegure a assistência, caso algum imprevisto surja”, alegou.