Servidores ocupam parte da via na porta da Prefeitura pedindo a reposição da inflação (Foto: Amanda Quintiliano)

A segunda-feira (28) começou com a greve dos servidores municipais de Divinópolis. Logo pela manhã a categoria fechou parcialmente a Rua Pernambuco entre Getúlio Vargas e Primeiro de Junho pedindo a reposição salarial. A paralisação é por tempo indeterminado. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintram), ela só terminará quando houver um acordo com a administração.

Os servidores cobram a reposição da inflação de 11,28% como acordado no final do ano passado com o prefeito, Vladimir Azevedo (PSDB). Sem esse reajuste, alega a diretora do Sintram, Ivanete Ferreira, a categoria terá perda salarial irreversível.

O Sintram ainda não tem balanço de quantos setores aderiram à greve (Foto: Amanda Quintiliano)

O Sintram ainda não tem balanço de quantos setores aderiram à greve (Foto: Amanda Quintiliano)

“Afinal de contas ele prometeu a reposição da inflação. É um direito do servidor garantido em constituição e nós não podemos ficar sem essa reposição, pois não se recupera mais essa perda salarial”, afirmou, acrescentando que a Lei Orçamentária Anual (LOA) prevê reajuste de pouco mais de 13%. Cerca de R$ 31 milhões estão previstos para a reposição.

“Se eles não derem essa reposição para que serve o Orçamento? É uma peça fictícia?”, questionou.

O sindicato ainda não tem um balanço oficial de quantos setores pararam as atividades. Dentre os que aderiram estão: fiscais do cadastro, protocolo, Secretaria Municipal de Saúde e Obras. Os números serão divulgados apenas no final do dia. A Secretaria Municipal de Educação não pode parar por estar ligada ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Divinópolis (Sintemmd).

“Eles estão se revezando. Quem trabalha pela manhã vem a tarde. Quem trabalha a tarde passa aqui pela manhã”, conta a assessoria do Sintram, Flávia Brandão.

Sem dinheiro

A prefeitura ainda não se manifestou sobre a greve. Na semana passada quando houve a paralisação, o prefeito reafirmou que o município não tem dinheiro para pagar a reposição. Disse ainda que a medida visa assegurar o pagamento em dia e sem escalonamento.

Em sete anos, segundo a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, a folha de pagamento teve um crescimento de 112,75%, enquanto a inflação acumulada deste período foi de 64,48%. Se descontada a inflação no período, os servidores municipais tiveram um superávit de 48.27%, conforme informado pela assessoria.