A greve completou 15 dias nesta sexta (Foto: Divulgação)

Os servidores de Divinópolis mantiveram a greve, nesta quarta-feira (06), mesmo com a ameaça de terem os dias cortados. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintram), Luciana Santos afirmou que a categoria não irá recuar e que o setor jurídico já está preparado para o embate judicial, caso seja concedida a liminar pedida pela Procuradoria do Município.

Alegando ser ilegal e abusiva foi protocolada na Vara da Fazenda Pública uma ação pedindo liminarmente a suspensão da greve sob risco de multa. A argumentação é de que o movimento descumpri a própria lei de greve, de trânsito, ambiental e o Estatuto da Criança e do Adolescente. Luciana rebateu as afirmações e disse que a greve está pautada pela legalidade.

A greve completou oito dias nesta quarta (Foto: Divulgação)

A greve completou oito dias nesta quarta (Foto: Divulgação)

“A greve continua porque ela está pautada pela legalidade. Ela foi tirada na assembleia, a documentação está legal. Então, até o prefeito receber a categoria e dar a reposição, a greve será mantida”, enfatizou.

A falta de diálogo foi criticada pela presidente do Sindicato, assim como a postura do prefeito, Vladimir Azevedo (PSDB) de só abrir negociação com a suspensão da greve.

“O problema do prefeito é que ele não mandou contraproposta em cima da nossa pauta. Essa crise existe sim, mas não é de ontem para hoje. Os secretários são os mesmos há sete anos. Ninguém é obrigado a comprometer, mas é obrigado a cumprir”, disparou.

Eles pedem a reposição salarial de 11,27%, além de ganho real de 8% e aumento do ticket alimentação de 200%. Entretanto, devido a lei eleitoral, o prefeito está proibido de dar qualquer reajuste que não seja a reposição da inflação.

Cortes nos dias

Para o diretor jurídico do Sintram, Alberto Gigante a judicialização foi uma tática para tentar esvaziar e enfraquecer o movimento. Sobre a ameaça de cortar os dias de quem aderiu à greve, ele afirmou que o Sindicato, se for preciso, irá recorrer judicialmente da decisão.

“Fiquem tranquilos, se o prefeito optou por judicializar a greve, ele não pode falar pelo Judiciário. Acreditamos na Justiça e se necessário iremos a instâncias superiores para garantir o direito dos servidores”, tranquilizou.

Afirmou ainda que o “jurídico do sindicato está preparado”.

“Confiamos que o Judiciário será imparcial porque o que está sendo pedido é o cumprimento de um direito constitucional, que é a reposição das perdas salariais, e estamos promovendo um movimento dentro da legalidade da Lei de Greve”, declarou o diretor.