Amanda Quintiliano

 

45 profissionais foram demitidos desde o início do ano (Foto: Divulgação)

45 profissionais foram demitidos desde o início do ano (Foto: Divulgação)

Indignados, os coordenadores e supervisores demitidos nos últimos dias do Hospital São João de Deus vão se reunir, na tarde de hoje (22), para definirem quais medidas serão tomadas para requerem os direitos trabalhistas. Eles alegam não terem recebido nenhum valor da rescisão contratual. O Sindicato Profissional dos Enfermeiros e Empregados em Hospitais, Casas de Saúde, Duchistas e Massagistas de Divinópolis (Sindeess) ameaça entrar na Justiça.

 

Só ontem (21), segundo a presidente do Sindicato, Denísia Aparecida da Silva, 18 profissionais a procuraram para pedir interferência. “O hospital fala que pagou, mas na verdade eles só pagaram em parte os que foram demitidos antes deles. Para os coordenadores eles falam que o hospital não tem dinheiro e que se eles quiserem devem procurar a Justiça”, conta e acrescenta: “eles querem ganhar tempo. Se for para a Justiça eles ainda podem ganhar mais prazo para pagar e até podem parcelar”.

 

Hoje os profissionais serão orientados pelo jurídico do Sindicato. Eles também querem tornar o assunto público e relatar cada um dos casos. “Ninguém está com medo. Estão todos indignados e eles querem falar o que está acontecendo”, afirma Denísia. Desde o início do ano, pelo menos 45 funcionários foram demitidos, a maioria enfermeiros lotados em cargos de chefia. Em outubro do ano passado, outros 30 também perderam o emprego.

 

A reunião está prevista para às 15h, na sede do Sindicato.

 

Hospital

 

O Assessor do Interventor Dictum, Geraldo Couto reafirmou as dificuldades financeiras do hospital e disse que a prioridade é a compra de medicamentos para manter a assistência. Ainda segundo ele, os acertos com os funcionários serão feitos perante o Ministério do Trabalho e todos irão receber os direitos trabalhistas.

 

“Estamos tendo aporte de recursos para fazer esse acerto junto ao Ministério do Trabalho com a maior tranquilidade possível, só que nós queremos fazer de forma com que o funcionário não seja lesado e que o Hospital também não seja lesado no futuro. Nós queremos um acordo junto ao Ministério do Trabalho. Ninguém ficará sem receber. Já falamos isso em público e voltamos a reafirmar, aquele funcionário que não está satisfeito com o Hospital, que queira fazer um acordo com o Hospital, vamos até o Ministério e vamos fazer este acordo lá”, diz.

 

“A nossa política é de reconstruir o Hospital e tem muita fala distorcida e tem muita coisa que realmente não reflete esta estrutura de retratar o Hospital como um todo”, conclui.