Menos de 24 horas após a suspensão da greve, o Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintram) denunciou a suspeita de perseguição no pátio de obras da Prefeitura de Divinópolis. Dois servidores teriam chegado nesta quinta-feira (05) para trabalhar e foram comunicados via ofício sobre o remanejamento de função. Ambos trabalham na poda de árvores e foram designados para a ronda no pátio.

A diretora Ivanete Ferreira (direita) disse que pode ser caracterizado assédio moral (Foto: Amanda Quintiliano)

A diretora Ivanete Ferreira (direita) disse que pode ser caracterizado assédio moral (Foto: Amanda Quintiliano)

A diretora do sindicato, Ivanete Ferreira e a advogada Adriana Diniz estiveram na manhã desta quinta no pátio e cobraram explicações do diretor de obras e serviços urbanos, Cleber Aguiar e do administrativo, Mauro Xavier sobre a situação dos dois servidores. A justificativa é de que durante o movimento houve remanejamento interno para cobrir a função deles.

Cerca de sete profissionais atuam na função. Cinco deles deverão ser remanejados. Para a ronda foram designados os estatutários. Ainda não se sabe onde irão atuar os outros três. Um deles está de férias, segundo Aguiar.

“A determinação para essa medida veio da administração”, afirmou.

Perseguição

Ivanete frisou o fato dos dois funcionários estarem há mais de 15 anos na função e de não terem sido comunicados previamente sobre a mudança. Para ela, isso pode caracterizar assédio moral.

“A partir do momento que você tem uma rotina de 15 anos trabalhando em um serviço e você recebe repentinamente a informação que seu horário de trabalho será  mudado, isso acarreta uma série de transtornos na vida do trabalhador. Para nós isso está caracterizado como perseguição, uma vez que esses dois funcionários se sobressaíram durante o período de greve”, disse Ivanete.

A advogada do Sintram disse que irá analisar a situação para saber quais são as justificativas da Prefeitura e que, caso haja indícios de irregularidade irá acionar a justiça para resguardar os diretos dos trabalhadores.

“As explicações que tivemos dos diretores não foram plausíveis, por isso teremos esse diálogo com o secretário e se for preciso iremos  à Procuradoria do Município para resgatar mais informações”, enfatizou.

Readequação

A assessoria de comunicação da Prefeitura negou que haja perseguição. Disse que devido à greve não poderia deixar o serviço de poda paralisado e que por isso houve remanejamento interno. A assessoria informou ainda que não há impedimentos para que depois eles retomem às antigas funções.