O deputado se disse tranquilo (Foto: Divulgação)

Investigado desde janeiro sob suspeita de vender dados sigilosos, o site Cartório Virtual violou o sigilo telefônico do promotor de Justiça José Reinaldo Guimarães Carneiro e do deputado federal, Domingos Sávio (PSDB-MG). As informações foram apontadas por investigações do Ministério Público de São Paulo.

Ainda de acordo com as investigações, o site era usado irregularmente por policiais civis do Rio de Janeiro que encomendavam dados de pessoas investigadas sem autorização da Justiça. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (17) pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.

O promotor Cassio Conserino, responsável pela investigação, informou que há duas denúncias criminais contra Marcelo Lages Ribeiro de Carvalho – dono do site Cartório Virtual – que foram apresentadas à Justiça de São Paulo.  Segundo as investigações, o site vende informações como quebra de sigilo telefônico, de e-mail e até de WhatsApp de qualquer pessoa.

O promotor disse que funcionários das operadoras Vivo e Claro são investigados, pois forneceram dados do celular funcional da Câmara dos Deputados usado por Sávio e do promotor Carneiro para o Cartório Virtual de maneira ilegal.

Ao PORTAL, o deputado se disse indignado e revoltado. 

O deputado se disse tranquilo (Foto: Divulgação)

O deputado se disse tranquilo (Foto: Divulgação)

“É algo nojento as pessoas invadirem a privacidade de quem quer que seja é revoltante, é um atentado a liberdade, é algo que se vê na ditadura, no ambiente do crime. Não é porque sou um deputado federal, seja um professor, um trabalhador comum, obviamente não é para fazer boa coisa, é para prejudicar. Vou cobrar do judiciário e do MP uma atitude de continuar as investigações e descobrir quem pagou essa empresa, que também é criminosa”, afirmou.

O deputado também afirmou está tranquilo e disse que quem quebrou o sigilo também quebrou a cara.

“Enquanto deputado, figura pública, com 30 anos de trajetória, recebi essa notícia com muita tranquilidade, porque isso me ajuda a defender uma tese de que o homem público deve ter uma vida transparente. Eu não tenho nada a esconder. Apesar de ser uma atitude criminosa, não me afeta em nada”.

Para Domingos, a intenção de quem contratou o serviço é prejudica-lo na vida pública.

“Sou uma pessoa que não tem inimigos ou conflitos de natureza pessoal, empresarial. Hoje me dedico exclusivamente na vida pública. A minha atividade privada é uma pequena propriedade rural que não me ocupa e não me rende nada. Então não tenho nenhum ponto de conflito na minha vida a não ser um adversário político”, enfatizou.

Depoimento

Marcelo Lages Ribeiro de Carvalho, dono do Cartório Virtual afirmou que o site trabalha dentro da legalidade e tem amparo de juízes para conseguir quebra de sigilo telefônico e outras informações.

Em nota, a Vivo afirmou que “somente fornece dados sigilosos de seus clientes mediante ordem judicial” e desconhece a investigação, mas está à disposição do MPE. A Claro “desconhece as práticas usadas pelo site em questão para obter e comercializar dados confidenciais de diferentes e distintas procedências”. A Polícia Civil do Rio disse que não vai comentar o caso, porque não foi notificada.