Marcelo Lopes
Uma palestra ministrada pelo superintendente de operação Centro e Oeste da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), João Martins de Rezende, foi realizada no auditório da sede regional da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em Divinópolis, na manhã desta sexta-feira (11).
No evento que contou com a participação de empresários e membros da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, foram tratados detalhes relacionados às obras do sistema de esgotamento no município, com ênfase na manutenção de três Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), nas quais são os sistemas Pará (esta já finalizada e em operação desde outubro de 2013), Ermida e Rio Itapecerica (essa última que abastece cerca de 80% da cidade).
Segundo o superintendente, o prazo para a finalização das obras das estações em Ermida e Rio Itapecerica está sendo planejado para dezembro de 2018 com o orçamento total de R$ 143 milhões, onde deste valor, R$ 100 milhões já foram contratados.
“Vamos trabalhar e inclusive se já tiver antecipação de alguma unidade, iremos buscar essa situação. Depois que estivermos com a estação em operação, para aquelas pessoas que já estiverem com o esgoto conduzido para a estação e com o tratamento, há uma mudança no patamar tarifário. A tarifa que se paga hoje é pela prestação do serviço de coleta, transporte e manutenção. A partir do tratamento vai existir uma manutenção no valor dessa tarifa”, explica João.
Atualmente a tarifa de água é em torno de 42,5% e com as manutenções, a porcentagem se altera para 92,5% após o funcionamento da estação.
Após a apresentação dos detalhes das obras, foi aberta para os visitantes uma oportunidade de questionar sobre a atuação da companhia. Dentre essas dúvidas, foram englobadas situações referentes ao tratamento de esgoto em alguns bairros da cidade. Quando perguntado sobre a ETE do bairro Copacabana, que até então estava sem um prazo para o início das obras, João disse que foi proposto ao município um convênio em que a estatal vai implantar uma unidade de tratamento isolada, uma ETE de fossa filtro para que trate o esgoto até a implantação da infraestrutura adequada.
“No acordo que fizemos com a Prefeitura, a mesma vai licitar e executar essa obra e a Copasa vai participar com a indenização dos ativos ao município, ou seja, vai passar os recursos para a Prefeitura para a implantação dessa unidade. De acordo com a município, já está em fase final a montagem do edital e a gente deve estar com o documento publicado nos próximos dias”.
O superintendente completa que as obras nesta ETE devem começar no início de 2018. A duração estimada é de quatro meses.
O presidente regional da Fiemg, Afonso Gonzaga disse ter saído da reunião satisfeito com o que foi apresentado e que o objetivo foi de passar para a sociedade o que de fato ocorre.
“Saio feliz com as informações e vamos procurar levar à população todos esses detalhes, para que realmente possamos ter um ano de convivência com a Copasa nesse projeto e que as coisas se encaminhem”.
O diretor da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, José Nilton Teodoro apresentou vários questionamentos, por exemplo, sobre o pagamento proporcional da taxa de esgoto, quando ela for iniciada. Ele ainda indagou sobre a priorização da Bacia do Itapecerica já que é o maior manancial de Divinópolis.
“O que todos nós esperamos é que, até o fim de 2018, esse tratamento seja concluído totalmente, para que a gente tenha mais qualidade de vida. Aí sim a população vai pagar de uma maneira mais justa, pois estamos pagando o que não estamos vendo”, afirmou.
Ainda nesta sexta-feira, o superintendente João Martins irá prestar depoimento para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga a atuação da Copasa sobre o cumprimento de responsabilidades legais em Divinópolis.