Vice-presidente da Associação dos Supermercados diz que situação já é de caos e há risco de faltar alimentos de primeira necessidade

Amanda Quintiliano

Os supermercados Rena com unidades em Divinópolis, Itaúna, Oliveira, Mateus Leme e Juatuba emitiram comunicado, nesta segunda-feira (28), informando que a venda de produtos será limitada a cinco unidades por cliente. A decisão foi tomada, temporariamente, baseado na baixa do estoque causado pela paralisação dos caminhoneiros.

Outros supermercados também já estão sentido o reflexo do movimento. Os supermercados ABC com 39 lojas espalhadas pelo Estado já registram falta de alguns produtos, principalmente os de hortifrutigranjeiro e carnes. O estoque de bazar e mercearia ainda está controlado.

“Esta questão de limitar a venda de produtos por cliente o mercado está trabalhando. Internamente, alguns produtos estão sendo limitados, cada loja avalia seu estoque e vê se tem necessidade ou não de limitar”, explica o gerente de marketing, Edmar Cardoso.

Caos

De acordo com vice-presidente da Associação Mineira de Supermercados e proprietário dos supermercados Candidés, Gilson Amaral os principais setores atingidos foram de hortifrutigranjeiro, carne e também pães industrializados.

“Podemos ver que quase todos os sacolões fecharam, porque tem validade de 3 a 4 dias, é muito perecível. O que temos ainda é aquilo que é feito pelos produtores locais, alface, couve. Mas já estão dizendo que não irão nos entregar porque não tem combustível para virem”, explica.

Ainda segundo ele, grandes empresas paralisaram as atividades tirando os veículos de circulação e também dando folga para funcionários. Exemplo disso, são as distribuidoras de bebidas e também de produção de arroz, feijão.

“A maioria dos distribuidores de água mineral estão sem estoque.A principal empresa de distribuição de bebidas de Divinópolis está com as atividades encerradas desde quinta-feira”, afirmou, acrescentando que principalmente cerveja está ficando em falta.

Nas lojas dele ainda não há limitação de produtos, entretanto a situação, segundo ele, já ultrapassou o sinal de alerta.

“A situação de alerta é quando há o risco iminente de acontecer o desabastecimento. Ele já está acontecendo. Digo que agora a situação é mais do que de alerta, um pouquinho mais e será de caos, com risco de faltar alimentos de primeira necessidade”, alertou.

Valores

O setor de hortifruti, por exemplo, representa entre 5% a 7% do faturamento dos supermercados. Com as rupturas de alguns setores, como o das frutas e verduras, de pães, carnes, o prejuízo chega a aproximadamente 15%. Se não regularizar ou amenizar a situação, o índice poderá ser ainda maior.