Ao ser ouvido pela Polícia Civil, o empresário Pedro Lacerda, de 32 anos, negou ter agredido o segurança Edson Carlos Ribeiro, de 42 anos, morto enquanto trabalhava no parque de exposições em Divinópolis. O crime ocorreu no sábado (25/9).
Em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (27/9), a polícia deu mais detalhes sobre as investigações. A previsão é que o inquérito seja concluído nos próximos 15 dias.
Ao ser ouvido, o empresário confirmou que estava presente na festa, disse que tinha autorização da organização para acessar a área restrita e negou ter agredido o segurança.
“O investigado, assistido pelo seu advogado, em depoimento, nega qualquer tipo de agressão”, disse o delegado Renato Alves da Fonseca.
Até agora, dois policiais militares que atuaram na ocorrência e três testemunhas foram ouvidas. Todas confirmam, segundo o delegado, que a agressão teria ocorrido em virtude do suspeito não ter credencial para o camarote.
Ao ser impedido de entrar, Lacerda teria o atingido com um soco na região do rosto.
Um dos organizadores, ao ser ouvido pela Polícia Militar (PM), confirmou a versão das testemunhas.
Contou que chegou a questionar o suspeito sobre a motivação, e ele então teria respondido: “fiz porque quis”.
Relatou também que Lacerda é conhecido por causar problemas em festas, “arrumando brigas, encrencas, desavenças e confusões”.
Lesão corporal
A prisão do empresário foi ratificada como lesão corporal seguida de morte.
“As informações iniciais davam conta que teria ocorrido uma agressão física, que em virtude dela teria ocorrido a morte. O Código Penal tipifica esta conduta, quando a pessoa, inicialmente, quer agredir, mas que por um resultado inesperado, uma queda, uma evolução da lesão inicial leva a morte da vítima”, explicou o delegado.
A pena varia de 4 a 12 anos de prisão. Entretanto, ainda segundo Fonseca, se durante a investigação surgir outros elementos para indicar, por exemplo, “que foi uma ação premeditada, coordenada, planejada, que havia outros interesses, que havia atrito anterior, tudo isso pode mudar essa tipificação inicial para crime de homicídio”.
Até o momento cinco pessoas foram ouvidas, dois policiais militares que atuaram no atendimento a ocorrência e três pessoas que estavam na festa. Outros depoimentos serão colhidos, como o de todos os seguranças que trabalhavam no dia.
A polícia também quer saber a responsabilização dos organizadores e da empresa de vigilância contratada.
Por enquanto, a polícia conta apenas com provas testemunhais. O soco-inglês, supostamente usado para agredir o segurança, não foi localizado. Testemunha relatou que ele teria entregado a uma mulher. Ela ainda não foi identificada.
O laudo da perícia deverá apontar a causa e circunstância da morte.
“As provas técnicas, aquelas que são elaboradas pelo perito no local dos fatos e também pelo médico legista, durante a necrópsica, ainda não chegaram”, afirmou o Chefe do 7º Departamento de Polícia Civil, Flávio Tadeu Destro.
Destro também disse que até o momento não há nenhuma informação que o crime tenha motivação racial.
“Até o momento não chegou a conhecimento da polícia civil que tenha havido, ali, naquele momento, qualquer ofensa racista, ou com relação ao crime de racismo”, informou.
Segue preso
Lacerda segue preso preventivamente, por tempo indeterminado, no presídio Floramar em Divinópolis. A fiança pode ser fixada apenas por um juiz.