Amanda Quintiliano
O problema não é novo e as construções sobre um córrego canalizado no bairro Sidil também não é desconhecido. Há três meses um terreno cedeu na Rua João Notini, entre Espírito Santo e Mato Grosso, e uma cratera de pouco mais de três metros de profundidade, hoje, chega a oito metros. Durante toda a tarde desta segunda-feira (02), técnicos da prefeitura estiveram no local para tentar conter o vazamento de água.
Com o desabamento, o muro e parte da área de lazer de uma casa foram engolidos pela terra. O dono do imóvel, onde funciona um escritório, disse que a cratera se abriu em fevereiro deste ano. A Defesa Civil foi acionada e operários estiveram no local. Na época, apenas terra utilizada para tapar o buraco. Aproximadamente 45 dias depois, com uma nova chuva, a terra voltou a ceder.
Desde então, funcionários da prefeitura tem se revezado para tentar descobrir a causa. Na semana passada, o terreno foi cavado até que se descobriu uma caixa de canalização de um córrego. No local, passa uma das nascentes do bairro Sidil. Ela começa, mais ou menos, na altura da Paraíba, passa pela João Notini, Itapecerica. As manilhas foram colocadas no local há 38 anos.
“Elas se romperam causando o vazamento de água e com a terra acabou entupindo gerando a erosão”, explica o secretário de operações urbanas, Dreyffus Rabelo.
Medidas
O secretário esteve no local na tarde de hoje. Segundo ele, os operários estão fazendo a contenção envolta do buraco
para poderem descer e trocar as caixas. Ele ainda informou que engenheiros estiveram na área e descartaram o risco de desabamento de qualquer um dos imóveis que estão ao redor.
Rabelo rebateu a afirmação do morador e disse que há 90 dias, quando houve o primeiro desabamento, a prefeitura não jogou apenas terra no buraco. Ele disse que a tubulação de água pluvial que passa na parte de trás das casas foi trocada, pois achavam que o problema estava nela. Como voltou a ceder, eles decidiram perfurar para identificar as causas.
O secretário ainda disse que tanto os funcionários como os moradores desconheciam que a área é um brejo e só descobriram com a perfuração. Questionado se a prefeitura não possui esse controle e se havia alguma irregularidade nas edificações sobre essa área, ele apenas disse que a canalização ocorreu há 38 anos e que era desconhecida.
“As pessoas que compraram e adquiriram após essa canalização poderiam não saber. Temos é que sanar o problema e evitar que no futuro se construam ou que possam ampliar em cima da canalização”, disse.
Há mais ou menos cinco anos o mesmo problema ocorreu na casa da frente, na mesma rua. Dreyffus não soube precisar um período para conclusão dos trabalhos.
O dono do imóvel que teve danificações preferiu não se identificar hoje e disse que reunirá mais moradores para comentar sobre o problema nesta terça-feira (03). Ele disse que na casa dos vizinhos o esgoto está voltando.