Foto: Arquivo Pessoal

Nessa semana, toda a região ficou chocada com a notícia de uma cadelinha agredida até a morte e depois carbonizada, em Divinópolis, na noite de sábado (25/1). A cadelinha, que vivia nas ruas do bairro Vila Romana, era apelidada pelos moradores de “Mel”, sendo um animal completamente inofensivo e querido pelas pessoas.

Esse, infelizmente, não foi um caso isolado de maus-tratos e assassinato de animais – trata-se de uma dura estatística. De acordo com a Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (SEJUSP), em 2024, mais de 3700 ocorrências similares foram registradas no estado.

O autor do crime foi identificado horas depois: possui 41 anos e se entregou à polícia na quarta-feira (30/1). Para crimes contra cães e gatos, especificamente, há enquadramento na lei federal nº 14.064/2020 (Lei Sansão). Antes, a pena era de três meses a um ano de detenção e multa. Hoje, já é de dois a cinco anos de prisão, multa e proibição de guarda. Considero um grande passo, mas não resolve a causa estrutural do problema: a vulnerabilidade dos animais nas nossas cidades.

Quando candidata à prefeita de Divinópolis, em 2024, na página 10 do meu plano de governo, havia uma seção específica para esse tema. Lá, detalhamos a iniciativa de uma abordagem integrada, visando ao atendimento especializado, controle de zoonoses, vacinação e sua relação com a saúde pública. Tendo a oportunidade, lutaria por emendas para construir um hospital veterinário municipal técnico e qualificado, com capacidade para consultas, emergências e cirurgias.

Na mesma linha, desejaria criar um programa de controle de zoonoses associado a campanhas de vacinação, bem como ações de educação para a população – cuidados, riscos de contaminação para humanos, responsabilidades da adoção, alimentação adequada, etc.

Por fim, como prefeita, seria uma parceira incansável das ONGs e protetores independentes – eles chegam aonde o governo não consegue, ou dependendo, se omite.

Infelizmente, não tenho poder de mandato, mas é o que recomendo para a atual gestão: pensar nos indefesos, em quem não consegue pedir socorro. Divinópolis clama por isso.

Infelizmente, a Mel foi mais um caso. No entanto, minha equipe esteve presente, representando-me, no ato pacífico de “Justiça pela Mel”, ocorrido na Praça do Santuário, na quarta-feira (30/1). Esse, para além de um compromisso político, é um compromisso de vida: lutar para que nossos bichinhos tenham a dignidade que constantemente lhes é subtraída e violentada.

Que a justiça seja feita quanto ao agressor. Clamo à prefeitura municipal e aos nossos parlamentares eleitos, tanto vereadores, quanto deputados e o senador Cleitinho, que providenciem políticas públicas de prevenção e cuidado para os animais.

*Laiz Soares escreve semanalmente neste espaço.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do PORTAL GERAIS.