O governador mineiro, Fernando Pimentel (PT), é alvo de uma Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) que está sendo instalada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A principal justificativa é que o líder do executivo mineiro teria cometido crimes de corrupção passiva e “lavagem de dinheiro” quando exercia tanto o cargo de Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, quanto como líder do executivo mineiro.
O deputado estadual Fabiano Tolentino (PPS) é um dos 16 parlamentares que assinam o pedido de investigação contra gestor estadual.
“Pimentel já é alvo na Operação Acrônimo, da Polícia Federal e acreditamos que a prática de possíveis ilegalidades também aconteceu durante o período da sua campanha eleitoral. Há provas de que ele teria mantido contado com outras pessoas já presas na Acrônimo e registros de mensagens de telefone apontam que até mesmo a estrutura do poder público foi utilizada para reuniões, no mínimo, estranhas”, detalha Tolentino.
O pedido para a instauração da CPI foi apresentado essa semana na ALMG e de acordo com o Regimento Interno da Casa, são necessárias 26 assinaturas para dar prosseguimento ao processo.
“Já temos 16 assinaturas e acredito que conseguiremos as outras 10 logo. Com base nos inquéritos da Acrônimo, o governador teria cometido crimes de improbidade administrativa, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Esses fatos devem ser apurados o quanto antes, porque se tais irregularidades realmente forem comprovadas, é incabível Pimentel se manter no cargo”, defende Tolentino.
Com base nos inquéritos da Polícia Federal, Pimentel teria mantido contato com pessoas ligadas diretamente à Acrônimo. Entre as apurações iniciais do inquérito da PF, há a informação de que o governador se reuniu com seu ex-sócio Otílio Prado, na sede da OPR Consultoria, em 21 de dezembro de 2014 (período em que já estava diplomado como Governador de Minas). A PF questiona o encontro, uma vez que as contas da OPR Consultoria teriam sido utilizadas para o recebimento de propinas pagas pela montadora de veículos CAOA. Os valores seriam repassados à Pimentel, conforme denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República.