Amanda Quintiliano
O presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), professor Kleber Morais garantiu que o Hospital Público Divino Espírito Santo terá prioridade na fila para transforma-lo em universitário. A afirmação ocorreu durante encontro com o deputado federal, Jaime Martins (PSD), com o vice-prefeito Rinaldo Valério e com o reitor da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Sérgio Araújo, nesta quarta-feira (09).
Isso resolveria um dos próximos gargalos a ser enfrentado: o custeio. Ele deve demandar ao ano, aproximadamente, o valor total do empreendimento, cerca de R$ 90 milhões, conforme declarações já dadas por pessoas ligadas à área de saúde. Se ele for incluído na rede da Ebserh, a UFSJ será responsável pela gestão e consequentemente o custeio. Em abril, o presidente da entidade irá visitar o canteiro de obra.
“Iremos, brevemente, fazer uma visita, para in loco verificar a real situação do hospital, já tendo como ponto muito importante a universidade que é muito forte com os cursos de medicina, enfermagem. Isso faz com que ele entre na fila com uma certa prioridade”, afirmou.
A rede conta com 39 hospitais e 15 estão na fila aguardando autorização para inclusão.
“Nossa meta é trazer, sobretudo, para a nossa rede nacional, aqueles que venha desempenhar um papel importante, não só no ensino, pesquisa, mas na assistência a nossa população”, concluiu.
Jaime Martins destacou a importância de se avançar na concretização do custeio. A unidade irá atender uma população estimada em 1,5 milhão de habitantes.
“Teremos mais 400 leitos servindo Divinópolis, mais 30 de CTI neonatal. Com o hospital, nossa região terá o atendimento ampliado na saúde que anda caótica”, destacou.
Benefícios
Um dos pontos positivos para a unidade ser incluída na rede nacional é o fato da UFSJ ter um campus em Divinópolis voltado para medicina.
“No ponto de vista da universidade, os benefícios para os nossos cursos, principalmente medicina e enfermagem, é o objeto essencial, mas também a nossa preocupação, como ente público, como cidadão, com a saúde da população. Sabemos que a população sofre com a carência dos hospitais públicos da região”, comentou o reitor.
Obras
Mesmo com a definição do custeio e gestão caminhado, ainda há outro obstáculo: a conclusão da obra. Com cerca de 80% finalizados, ela está parada desde outubro do ano passado. A responsabilidade da paralisação é jogada de um ente para o outro. O município alega que o Estado não libera dinheiro e ele, por sua vez, diz aguardar a licitação para a segunda etapa.
Dois convênios foram firmados para a construção do hospital, o 230/2009 ((R$ 36 milhões) e 116/2013 (R$ 42,9 milhões). A Prefeitura ficou responsável pela licitação, contratação e administração da obra até sua finalização. O governo estadual, por sua vez, se comprometeu a realizar repasses.
Tais repasses já somam, até o momento, R$ 61,8 milhões, dentre os quais R$ 2 milhões repassados em fevereiro de 2016 e R$ 2 milhões em maio de 2016. O segundo convênio – 116/2013 tem vigência até 02 de março de 2018. Ele tem saldo na ordem de R$ 14 milhões.