Mobilidade urbana. Essa é a expressão da moda e a principal justificativa para o decreto que proíbe o embarque de passageiros em ônibus intermunicipais e interestaduais na região central de Divinópolis. A medida está em vigor desde quarta-feira (01), conforme antecipado pelo PORTAL, e visa dar mais fluidez e agilidade ao trânsito nos horários de pico.
Em 10 anos, a frota total de veículos de Divinópolis passou de 60.643 (2005) para 125.658 (2015), aumento de 207,21%. Neste mesmo período a população aumento 12,98% ou seja, 15 vezes a menos que a de carros, motos, caminhões, etc. A média é de 1,84 veículos por habitante. Números que preocupam as autoridades e que desencadearam uma pesquisa para reduzir os acidentes de trânsito.
Pedestres e motoristas de Divinópolis conhecem bem essa realidade da cidade. Em horários de picos filas quilométricas se formam, cruzamentos são fechados e uma disputa por espaço começa entre veículos particulares, ônibus urbanos e os intermunicipais. No meio disso tudo está o pedestre, cada vez mais invisível e inseguro.
Essas frases foram retiras da fala do engenheiro civil, especialista em trânsito e transportes, Júlio Valério. Segundo ele, houve uma demora em adotar essa medida. A proibição, assegura ele, é tendência.
“As cidades maiores, com demanda maior pelo transporte coletivo, com ruas mais congestionadas, tomam essa decisão de tirar esse tipo de veículo dos corredores, porque ele passa em horário de pico e tira a velocidade do transporte urbano, dos carros e prejudica um número maior de pessoas”, explica, afirmando que o decreto veio em boa hora.
“Porque o trânsito na região central, nos corredores principais, Primeiro de Junho, Goiás, Pernambuco, Getúlio Vargas, tanto na parte da manhã, como na parte da tarde e horário de almoço já estão sobrecarregados, coincidindo estes horários com a saída dos ônibus da rodoviária, impactando de forma a atrapalhar o ir e vir das pessoas que moram na cidade”.
De acordo com o decreto, estão proibidos os embarques na região central de linhas com percurso acima de 40 Km. O documento destaca dois
municípios em que a norma não se aplica, Carmo do Cajuru e Itapecerica. Ao todo serão 20 linhas atingidas, 15 empresas.
Negociações
O prefeito Vladimir Azevedo (PSDB) falou pela primeira vez sobre o assunto nesta quinta-feira (02). O tucano afirmou que a decisão não é engessada e que está aberto a discussões para aprimora-la. Disse que a intenção foi desafogar o trânsito e ampliar a segurança. Para gerar menos impacto foi mantido o trajeto de desembarque na região central.
“Toda medida que você faz, desde mudar um ponto de ônibus de lugar, um quebra-molas, agrada metade e desagrada metade. Mas, são questões necessárias de uma cidade que cresce por si e ainda mais da frota”.