Familiares precisaram cavar a cova (Foto: Dieison Henrique)

Comissão Processante entendeu que apesar da gravidade, o caso não é de demissão

Quase três anos após o ocorrido, o coveiro que se recusou a abrir uma cova no cemitério de Santo Antônio dos Campos – Ermida, foi suspenso do cargo por 30 dias. O caso aconteceu no dia 27 de agosto de 2016 e só nesta terça (23) foi publicada a decisão baseada no relatório da Comissão Processante.

Geraldo Ribeiro Cunha chegou a ser afasto da função. Na época ele foi realocado no setor de limpeza do Pátio da Empresa Municipal de Obras Públicas (Emop) até a conclusão do processo administrativo. 

Na época, entendeu-se que não havia nenhum outro fator, além do ocorrido, que desabonasse os 36 anos de profissão.

A mesma argumentação baseou o relatório da Comissão Processante e o ato decisório assinado pelo prefeito, Galileu Machado (MDB).

“Entendo que no caso em tela deve ser levado em consideração a longa relação estabelecida entre o servidor e a Administração (mais de 30 anos), sendo certo que, apesar da gravidade dos fatos, trata-se de conduta única, nunca repetida pelo servidor ao longo de sua extensa ficha funcional”, argumentou.

O caso

Em agosto de 2016, Geraldo estava de plantão. Ele até chegou a abrir a cova, mas o tamanho não era suficiente para o sepultamento. O homem se recusou a terminar o serviço, alegando estar sozinho e a família precisou abri-lo.

Duas testemunhas q foram ouvidas pela comissão processante. Um deles alegou que o coveiro aparentava estar alcoolizado.

“Tentou colocar o caixão na cova e quando viu que não cabia a retirou e sentou-se e acendeu um cigarro de palha. Que visivelmente se apresentava alcoolizado, Que a todo momento o servidor estava calado. (…) Em determinado momento ele se recusou abrir a cova argumentando que não tinha ferramentas, mas os familiares encontraram algumas ferramentas alguns metros de
distância e aumentaram o tamanho da cova”, consta no ato decisório.

O outro, colega de trabalho de Geraldo, alegou não ter presenciado o fato e que o servidor sempre trabalhou dentro das normas.

Já o coveiro, ao ser ouvido, disse que ao perceber que a cova estava rasa pediu ajuda aos familiares por não estar se sentido bem.