Em reunião tumultuada, um grupo de vereadores registrou boletim de ocorrência contra o pré-candidato a prefeito e também vereador, Marquinho Clementino (PROS), nesta terça-feira (12). Eles acusam o parlamentar de propaganda extemporânea. Uma embalagem com vários panfletos foi encontrada no gabinete dele.
No papel, além da foto de Marquinho há a imagem de outros sete vereadores, Adair Otaviano (PMDB); Anderson Saleme (PR); Careca da Água Mineral (PROS); Dr. Delano (PMDB); Edimar Félix (PROS); Hilton de Aguiar (PMDB); e Marcos Vinícius (PROS) e a frase: “Estes vereadores são solidários aos servidores públicos municipais na luta por seus direitos”.
Dois policiais que estavam acompanhando os grevistas foram chamados para registrar a ocorrência. Junto com os denunciantes eles foram até o gabinete de Marquinho.
“Lá eles nos mostraram um pacote e nele havia vários panfletos que segundo o vereador Rodyson configuraria propaganda extemporânea e que este panfleto poderia estar difamando e denegrindo os vereadores que não aparecem”, disse o tenente, Robson Freitas.
Alguns panfletos irão constar na ocorrência que será direcionada para a Justiça Eleitoral.
Invasão
Marquinho Clementino também registrou ocorrência por invasão, pois os vereadores entraram no gabinete sem autorização e rasgaram o embrulho. Disse que o panfleto foi apenas em resposta à uma postagem do Facebook onde estavam as mesmas fotos dizendo que “eles dobraram o joelho para os servidores com medo de serem vaiados”.
“Em momento algum a gente denigre qualquer vereador. Nós simplesmente copiamos a foto e fizemos porque é nítido o interesse desta postagem de jogar a população contra estes vereadores que apoiam este movimento [greve]”, disse se referindo à postagem no Facebook.
Câmara
O presidente da Câmara, Rodrigo Kaboja (PSL) esteve no gabinete no momento da confusão.
“Como presidente fui solicitado para que fosse no gabinete. Lá tinham 5 mil panfletos falando dos vereadores que defendem os servidores. E, os vereadores [denunciantes] entenderam que isso extrapola a lei eleitoral e o código de ética. Eles irão tomar as providências e tenho que receber a denúncia”, comentou.
Assim que receber o ofício Kaboja irá acionar o jurídico para avaliar se Marquinho feriu o código de ética. A Justiça Eleitoral também será consultada antes dele acatar a denúncia.
Marquinho também irá acionar a Comissão de Ética. Segundo ele, o panfleto não configura crime.
“Mas, invasão a gabinete sim”, completou.
Ao receber a denúncia Kaboja tomará as mesmas providências para decidir se irá acata-la ou não.
Os folhetos foram distribuídos entre os cerca de 500 servidores que acompanhavam a reunião. Eles pedem o apoio dos vereadores para abrir negociação com o prefeito, Vladimir Azevedo (PSDB) da reposição salarial.