No fim da tarde dessa quinta (20), o diretor técnico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis, doutor Marco Aurélio Lobão, concedeu uma entrevista coletiva para falar sobre o parto que foi feito no local durante a última madrugada.
Segundo ele, a parturiente, que não quis ter sua identidade divulgada, chegou durante a madrugada na UPA e, ao ser avaliada pelo enfermeiro, foi constatado que ela estava em trabalho de parto.
“Conversei com ela, ela está bem. O parto foi conduzido pelo enfermeiro obstetra sem ter complicações. O bebê está mamando bem, eles vão ter alta daqui a pouco. Tudo sem problemas”, disse.
O diretor técnico conta que a UPA tem tido que se adaptar para atender a demanda das parturientes, tomando medidas como criar uma escala de obstetrícia, que não existia antes, ou deslocar profissionais de saúde da rede municipal para a UPA.
“Estamos reforçando escalas. Esse enfermeiro obstetra não faz partos de uma escala normal da UPA. Ele foi contratado junto do município que tomou essa iniciativa, deslocando seus enfermeiros da rede para UPA também. Nós temos uma médica do corpo clínico que atende como clínica, mas que ela é obstetra de formação. Ela tem nos ajudado, quando a gente chama, ela vem avaliar algum paciente que eventualmente precise. Tivemos que mexer na estrutura da UPA em função dessa situação nova”, conta.
Segundo ele, o atendimento às parturientes não tem sido o único problema gerado com a crise no HSJD.
“Por que tem tantos casos ortopédicos aqui hoje? Porque os pacientes ortopédicos não conseguem ir para um hospital resolver os seus casos ortopédicos. Por que frequentemente fica lotado de pacientes de UTI precisando de atendimento de UTI? Porque a UTI não dá esse suporte que a gente precisaria aqui. Então, por conta de tudo isso, quando a gente não tem a saída desse paciente formal da UPA, o paciente fica represado aqui”, conta
Marco Aurélio Lobão orienta que as grávidas que estão em situação de risco procurem a UPA para que sejam feitos os procedimentos necessários.
“A orientação é que elas não se desesperem, as que sentirem necessidade de uma avaliação, que estão inseguras, podem vir a UPA. Mas aquelas pacientes que não estão em trabalho de parto ou as que já estão rotineiramente fazendo o seu pré-natal com o médico da atenção primária, que continue sendo referenciada ao atendimento básico de saúde para que a gente não tenha uma sobrecarga no serviço aqui da UPA. Eu espero que os outros hospitais continuem tendo a possibilidade de receber os nossos pacientes e que a situação se resolva o quanto antes”, conclui.