Mineradora construirá diques de contenção ao longo do Rio Paraopeba
Com informações do Estado de Minas
A Vale, empresa que administrava a barragem que se rompeu em Brumadinho, anunciou medidas para tentar evitar o avanço dos rejeitos de minério ao longo do Rio Paraopeba. A intenção é impedir que a captação de água em Pará de Minas, seja influenciada. A cidade fica a 85 km da capital mineira.
“Estamos, a partir desta terça-feira, colocando uma cortina de contenção no Rio Paraopeba para impedir que o rejeito que se desloca afete a captação de água do município de Pará de Minas. Temos uma expectativa muito grande que isso tenha sucesso”, anunciou o diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores da empresa, Luciano Siani, em entrevista coletiva.
A contaminação da Bacia do Paraopeba, que cobre 48 municípios mineiros, é uma das grandes preocupações dos ambientalistas que acompanham o caso. O rio já foi afetado pelos rejeitos de minério desde a última sexta-feira, data do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão.
Nesse domingo (27), a Águas de Pará de Minas – empresa responsável pelo abastecimendo da região – anunciou que foram detectadas alterações nos padrões de qualidade da água na cidade de Juatuba, na Grande BH, em função dos rejeitos de minério. O Sistema de Abastecimento Paraopeba pode captar até de 220 litros de água por segundo. Pará de Minas tem média diária de 15 milhões de litros de consumo.
Para evitar que os rejeitos cheguem ainda mais longe, o diretor da Vale acionou equipes da mineradora Samarco, que passou por crise semelhante em novembro de 2015, quando uma barragem se rompeu em Mariana.
Segundo dados atualizados pela Defesa Civil no início da tarde desta terça-feira (29), 65 mortes foram confirmadas. 288 pessoas seguem desaparecidas.