Setor é o terceiro que mais emprega em Divinópolis; Para o curto e médio prazo, ela fala em um programa emergencial


Responsável por 13.912 vagas de emprego formais em Divinópolis (MG), a indústria é vista como um importante setor para fomento da economia. Ela é o terceiro que mais emprega na cidade, perdendo apenas para serviços e comércio.

Entre janeiro e maio deste ano, a indústria foi responsável por 3.407 contratações, com saldo de 527 postos de trabalho. Dados que, para a presidente licenciada da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Valéria Morato reforçam a necessidade de investimento no setor.

“A indústria puxa a retomada dos empregos formais. É preciso valorizar e investir no setor, e por isso a importância, por exemplo, da expansão do gasoduto até nossa cidade”, destacou Valéria Morato.

Também presidente do Sindicato dos Professores de Minas Gerais, Valéria articulou reunião realizada na semana passada, em Divinópolis, com representantes da Gasmig e da Associação Comercial e Industrial (Acid). Na ocasião, foi apresentado o estudo de expansão do gasoduto de Betim até a cidade polo do Centro-Oeste.

Investimento de R$ 500 milhões com implantação prevista até 2027.

Gasmig apresenta estudo de expansão do gasoduto até Divinópolis

Reindustrialização

Com 11,9 milhões desempregados no país, para Valéria, que também é pré-candidata a deputada estadual, a reindustrialização é a garantia de um crescimento mais sustentável que leve à geração de emprego.

“Já vimos que aquele discurso que atribui o desemprego à legislação trabalhista e ao “Custo Brasil” é balela. Depois de cinco anos de reforma trabalhista, o desemprego continua na casa de dois dígitos. No longo prazo, a reindustrialização do país é a garantia de um crescimento mais sustentado, que leve à geração de emprego”, afirmou.

Para o curto e médio prazo, ela defende um programa emergencial.

“A retomada de obras públicas paradas – que estimula sobretudo a contratação de mão de obra para a construção civil – é a mais urgente. O Poder Público local pode priorizar a alocação temporária de jovens em atividades de zeladoria e orientação nos serviços públicos. Para a agricultura familiar, precisamos de programas de fomento, com mais crédito e assistência técnica”, defendeu.

Assistencial

Ao mesmo tempo, para atenuar o drama da desocupação e facilitar a volta do trabalhador à ativa, para ela, é possível ampliar as parcelas do seguro-desemprego e instituir “tarifa zero”, em caráter temporário, para os desempregados.

“Com relação a quem já está empregado, defendo incentivos à formalização e a retomada da política de valorização do salário mínimo, que é um fator decisivo para combater as desigualdades de renda no Brasil”, afirmou Valéria Morato.

Qualificação

Como respostas ao déficit de mão de obra qualificada, ela aponta como solução investimento na educação, com ampliação da jornada e incentivo a profissionalização.

“O problema não é novo, mas, nos últimos anos, a crise econômica dificultou – e, em muitos casos, inviabilizou – a permanência de jovens no ensino técnico, tecnológico e universitário. Mesmo a formação básica não está em níveis satisfatórios. É preciso ampliar a jornada dos estudantes na escola, investir na formação e na carreira dos professores, multiplicar as escolas de tempo integral, fortalecer o Pronatec e garantir mais meios (como bolsas de estudo, financiamento, etc.) para quem faz cursos profissionalizantes ou superiores”, citou.