Poliany Mota

 

Nilmar Eustáquio disse que o fígado da irmã dele foi perfurado durante a cirurgia  (Foto: Liziane Ricardo/CMD)

Nilmar Eustáquio disse que o fígado da irmã dele foi perfurado durante a cirurgia (Foto: Liziane Ricardo/CMD)

O vereador Nilmar Eustáquio (PP) levou para o plenário desta terça-feira (05) a denuncia realizada no Ministério Público, contra a médica Ana Paula Colen Costa, que, segundo ele, é responsável pela morte de sua irmã, Maria Helena de Souza Silva, 41 anos, após realizar uma cirurgia bariátrica, no dia 27 de junho, no Hospital Manoel Gonçalves, em Itaúna. Segundo ele, ela não cumpriu todas as normas necessárias para o procedimento. Em pronunciamento ele chegou a acusar a médica de “homicídio”.

 

Segundo Nilmar, mesmo sabendo que não haveria vaga no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) do hospital no dia do procedimento, a médica realizou a cirurgia e ainda mudou o método combinado anteriormente com a paciente. A princípio o procedimento seria através da laparoscopia, com a utilização de microcâmera, porém, foi realizado método tradicional, por meio de um corte abdominal.

 

“Ela seria operada no dia 28 de junho, no dia do jogo entre Brasil e Chile, sábado. Como a médica queria ver o jogo, ela falou que iria antecipar a cirurgia para a sexta-feira (27)”, contou o parlamentar.

Durante a cirurgia, a Dra. Ana Paula teria perfurado o fígado de Maria Helena, que foi encaminhada para um quarto convencional, por falta de leito no CTI. “Sabe o que ela justificou? Que deu uns pontos, porque o fígado é regenerativo, que ela [paciente] voltaria ao normal. Essa senhora [Maria Helena] voltou num caixão, para o cemitério (sic)”, desabafou Nilmar.

 

Maria Helena só foi transferida para o Centro de Tratamento Intensivo cinco dias após a complicação em seu quadro clínico. “O CTI só saiu na quarta-feira, 02 de julho, quando a infecção já estava generalizada, os rins dela estavam parando e ela começou a desenvolver embolia pulmonar”, explicou o vereador.

 

A irmã de Nilmar faleceu no dia 09 de julho. O caso foi denunciado por ele e seu cunhado ao Ministério Público, Delegacia Regional de Divinópolis, Conselho Regional de Medicina (CRM), além da Câmara Municipal de Itaúna e diretoria do Hospital onde a cirurgia foi realizada.

“Primeiro denunciamos ao promotor da Saúde de Itaúna, Daniel Batista, onde descobrimos que ela já tem denuncias e processos em andamento no Ministério Público”, “Pelo menos quatro pessoas já foram vítimas de erros desta médica”, ressaltou. Ainda segundo o vereador no inquérito policial de Itaúna o caso foi instaurado como homicídio.

 

Além de R$ 300 mil de indenização, a família quer que o hospital pague os estudos dos filhos de Maria Helena, dois meninos de 06 e 11 anos, até que eles formem. O vereador disse ainda que a médica continua atuando normalmente.

 

A reportagem tentou contato com a médica. A secretária da clínica disse que ela não poderia atender, pois estava com paciente. Aguardamos o retorno dela, mas até o fechamento desta matéria ela não entrou em contato.

 

Também tentamos falar no hospital. Lá, a atendente informou que a diretora, Ana Mendonça já havia ido embora, pois o expediente termina às 17h. A reportagem tentou contato às 18h20.