Uma montagem postada em um grupo de WhatsApp formado por assessores da Câmara de Divinópolis pode acabar na justiça. Na imagem há fotos de quatros vereadores: Edimilson Andrade (PT), Adair Otaviano (PMDB), Anderson Saleme (PR) e José Wilson Piriquito (SDD) e uma mensagem dizendo que eles não assinaram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o rombo nas contas do Hospital São João de Deus.
A postagem ainda os acusam de “omissão” e afirma que eles se “acovardaram”. Entretanto, três deles assinaram o documento para a instauração da CPI: Adair, Saleme e Piriquito. A mensagem foi postada pelo ex-assessor da presidência, Marco Túlio no grupo dos assessores esta semana. Ela circula pelas redes sociais desde 2014, quando houve o requerimento para instaurar a CPI. A comissão não chegou a ser formada.
A montagem foi feita após os quatro terem sinalizado que não assinariam a CPI em 2014. Após ser divulgado pela mídia que eles tinham se recusado, três dos quatro, resolveram assinar no dia 02 de outubro. Na época, os vereadores justificaram que não foram procurados pelo requerente, Nilmar Eustáquio (PP) e que por isso não assinaram antes. O pedido de instauração só não teve o apoio de Edimilson, Hilton Aguiar (PMDB) e do presidente, Rodrigo Kaboja (PSD).
Justiça
O caso repercutiu na reunião desta terça-feira (30) da Câmara. O vereador Adair questionou a postagem ao presidente do Legislativo, já que Marco Túlio era ex-assessor dele.
Kaboja disse apenas que o ex-assessor recebeu de terceiros e que sempre os orientou a não participar de grupos de WhatsApp. Falou ainda que Marco Túlio se colocou à disposição para esclarecimento dos parlamentares. Ele foi exonerado por questões de saúde. Ainda segundo Kaboja, a intenção era mostrar aos demais assessores o que estava circulando pelas redes sociais.
O argumento não foi suficiente para conversar Saleme. O vereador disse que irá denunciar a montagem no Ministério Público Eleitoral e também acionará judicialmente os responsáveis. Além, do grupo dos assessores a montagem foi compartilhada em outros grupos. Um levantamento feito pelo vereador, aponta que pelos menos 15 pessoas estão por trás da reprodução da mensagem.
“Estamos tomando as medidas necessárias para inibir que outros cidadãos divulguem mentiras pelas redes sociais. Sabemos que é crime fazer a divulgação de informações falsas, injuriosas, caluniosas. Estamos procurando a justiça para que a verdade apareça”, afirma e acrescenta: Vamos acionar a Justiça para que essas pessoas façam as devidas correções e a retratação.
“Aqueles que estão multiplicando mentiras pelas redes sociais, certamente receberão nos próximos dias a visitinha de um oficial de justiça para que eles conversem com os juízes sobre este assunto”.
Edimilson disse que não tomará nenhuma medida. Ele mencionou que a CPI teve assinaturas suficientes para ser instaurada, mas não foi por ser inconstitucional, um dos motivos pelo qual ele não assinou.
“Essa CPI foi um pedido cabuloso que não foi para frente”, afirmou.
A reportagem do PORTAL tentou contato com Piriquito, mas ele não foi encontrado para falar sobre o caso.