Flávio Marra diz que pediu à Prefeitura; colega rebate: “Se tudo for prioridade, ninguém é”; Executivo se exime

Ricardo Welbert
 
O vereador Flávio Marra (Patriota) anunciou nesta terça-feira, 16, durante reunião da Câmara de Divinópolis, que pediu ao prefeito Gleidson Azevedo (PSC) a inclusão lideranças religiosas entre os prioritários para receber a vacina contra a covid-19 no município. 
 
“Os padres, pastores e líderes religiosos. Eu queria pedir a sensibilidade ao prefeito Gleidson Azevedo e à Secretaria de Saúde”, disse Marra durante pronunciamento, depois de afirmar que encaminhou a solicitação ao Executivo.
 
A vereadora Lohanna França (Cidadania) pediu aparte para comentar a proposta de inclusão de lideranças religiosas citada pelo colega. 
 
“Se todo mundo é prioridade, ninguém é prioridade, vereador. […] Os líderes religiosos têm todo o meu carinho. Sou católica e tenho assistido às missas online. Entendo que a gente nem terminou de vacinar o povo da saúde. Os dentistas estavam aqui pedindo prioridade de vacinação, questionando. Dentista trabalha com o povo de boca aberta. Quer contaminação maior? A gente não vacinou todos os dentistas ainda. Então eu peço, vereador, que a gente tenha tranquilidade nessa coisas e saiba dizer não para alguns pedido da população, porque a gente tem que ter essa responsabilidade”, rebateu. 
 

Lohanna França: ‘a gente nem terminou de vacinar o povo da saúde’ (Foto: CMD/Divulgação)

Ao responder, ainda no plenário, ao questionamento da colega, Marra justificou apenas o motivo pelo qual também pediu a inclusão de pacientes que fazem hemodiálise ao grupo prioritário e nada disse sobre o pedido de inclusão de líderes religiosos no mesmo grupo, que foi o tópico criticado pela vereadora.  
 
O PORTAL GERAIS fez contato com Marra em busca de uma justificativa dele para a inclusão de líderes religiosos entre os prioritários da vacinação.
 
“A ideia foi porque as missas e cultos não pararam. A Lohanna questionou a questão dos professores. Só que os professores não estão tendo aula. Agora é que vão voltar a ter aulas. Já as missas e cultos não pararam. E os padres e pastores têm contato direto com os fieis. A gente vê a necessidade de incluir tendo em vista ainda que a grande maioria dos padres são maiores até de 60 anos. Já são do grupo de risco por natural, pela idade. Essa era a nossa ideia”, disse o vereador.
 
PREFEITURA
 
A reportagem também pediu ao Executivo um posicionamento sobre o pedido de inclusão de lideranças religiosas no grupo prioritário.
 
“Quem inclui prioridades para a vacina é o Ministério da Saúde e não o Município”, respondeu o governo.