Diego Espino foi alvo de ataques após propor projeto que garante o uso de nome social à população trans em Divinópolis

 

Alterado, o vereador de Divinópolis Diego Espino (PSL) passou mal, nesta quinta-feira (28/10), ao defender o projeto apresentado por ele permitindo o uso do nome social por transgêneros, travestis e transexuais. Ele estava na tribuna quando caiu. A reunião foi suspensa para atendimento.

O parlamentar foi atacado nas redes sociais após protocolar a proposta

“Canalhas”, declarou explicando a proposta.

“A pessoa quando é transgênero, quando escolhe sua opção sexual, e temos que respeitar isso, as invés de ser chamada pelo nome de batismo, de registro, ser chamado pelo nome social”, explicou e afirmou: “É só isso”.

“Alguém que se veste como mulher, que nasceu com o sexo masculino e que se sente uma mulher, e tem esse direito, e também tem o direito de ter o nome feminino se assim achar. Quem sou eu para falar se isso é certo ou errado?”, enfatizou.

Já com a voz alterada, aos gritos, disparou: “Canalhas. Vem me ofender, bota a cara (…) Vocês não vão fuder comigo não, meia dúzia de hipócrita”.

O vereador ainda disse estar “ao lado dessas pessoas”.

“Pessoas que sofrem desde menino. Que estão lutando para conquistar um pedaço da sociedade. Muitas querem se candidatar e não tem como, porque sofrem preconceito”, declarou.

Dizendo ser contra a ideologia de gênero, afirmou que a proposta é sobre “identidade de gênero”.

“Sou contra material didático na escola, usar banheiro, sou contra um monte de coisa neste tipo. Sexualizar crianças, conteúdo pedagógico, sou contra”, se posicionou.

Sem citar nomes, chamou o responsável por produzir o material para briga e sugeriu que ele se candidatasse novamente, dando a entender que já ocupou um cargo público antes.

“Sou do PSL rapaz. Não são vocês que vão me taxar não (…) Na rua peita eu. Peita sô. Quero ver se vocês são machos. Cambada de vagabundo, sem vergonha”, atacou.

O vereador Zé Braz (PV) que é enfermeiro prestou atendimento a Espino. De acordo com a assessoria de comunicação da câmara, a pressão estava um pouco alterada e ele já está se recuperando no gabinete.

O projeto

De acordo com o projeto, “os órgãos e as entidades da administração pública municipal direta, autárquica e fundacional, em seus atos e procedimentos, deverão adotar o nome social da pessoa travesti, transexual ou transgênero, de acordo com seu requerimento”.

Ainda segundo a proposta, “os registros dos sistemas de informação, de cadastros, de programas, de serviços, de fichas, de formulários, crachás, identidade funcional, de prontuários e congêneres dos órgãos e das entidades da administração pública municipal direta, autárquica e fundacional deverão conter o campo “nome social” em destaque, acompanhado do nome civil, que será utilizado apenas para fins administrativos internos”.

A pessoa poderá requerer, a qualquer tempo, a inclusão de seu nome social em documentos oficiais e nos registros dos sistemas de informação, de cadastros, de programas, de serviços, de fichas, de formulários, de prontuários e congêneres