Programa é proposto pela Semusa para desafogar os corredores da unidade e terá retaguarda do Samu; Serviço já foi implantado em Bom Despacho
A vereadora de Divinópolis, Janete Aparecida (PSD) aguarda reunião com o secretário municipal de Saúde, Amarildo de Sousa para detalhamento do programa “Melhor em Casa – Serviço de Atenção Domiciliar (SAD)”. A ideia é transferir pacientes da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para acompanhamento médico em casa.
Como antecipado com exclusividade pelo PORTAL, o Conselho Municipal de Saúde (CMS) aprovou a proposta da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) com resistência. A preocupação é de que não se trate apenas de uma estratégia para esvaziar os corredores da unidade. O mesmo receio é compartilhado por Janete.
“Minha maior preocupação é de ser mais uma medida que o município não consiga cumprir e tratar os pacientes. De que seja apenas um paliativo e coloque as pessoas em risco”, comentou.
O programa do Ministério da Saúde (MS) foi adotado por um município da região. Bom Despacho resolveu tira-lo do papel com recursos próprios até o credenciamento em 2016. Hoje ele já recebe R$56 mil da União para o custeio. O mesmo caminho deverá ser seguido por Divinópolis. A prefeitura irá arcar até conseguir liberação do custeio por parte do MS.
Na cidade vizinha, deste a implantação do serviço, 214 pessoas foram atendidas. Lá, há uma equipe formada por um médico, uma enfermeira, um técnico em enfermagem e um assistente social. Eles contam com suporte do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) quando a ambulância do município está ocupada.
Exemplo
O esboço do programa é aprovado por quem o conhece. Entretanto, a vereadora aponta outros itens que alimentam os receios.
“A saúde da família que deveria ser preventiva tem cobertura de apenas 46% da população. Como vamos mandar para internação domiciliar um paciente para tomar antibiótico quando ele requer cuidados de enfermeiro, médicos?”.
“Não vamos colocar pacientes em risco. Quero essa garantia da Semusa”.
A Assessoria de Comunicação da prefeitura confirmou o estudo do programa, entretanto não divulgou detalhes sobre ele. Ainda não foi informado como seria a formação da equipe – qualificação, quantidade. A única informação é de que teria a retaguarda do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Samu
Um mapeamento dos pacientes em internação domiciliar é repassado à Central de Regulação do Samu. De lá, eles têm controle da localização deles para atuarem em casos de chamados.
“Em caso de agravar, em relação a saúde, a central teria este mapeamento e a regulação estaria disposta, a partir das medidas técnicas adequadas, a fazer o atendimento”, explica o secretário-geral do Cis-Urg – responsável pela gestão do Samu – José Márcio Zanardi, acrescentando que a medida faz parte da rede de urgência e emergência.
Preparação
A preparação das equipes foi destacada pelo vereador e membro da Comissão de Saúde da Câmara de Divinópolis, o vereador Ademir Silva (PSD). Ele vê com bons olhos a iniciativa que pode desafogar os corredores da UPA, desde que com retaguarda profissional.
“Se tiver corpo técnico e forte para dar suporte acredito que seja bom”, comentou, completando que não teve acesso ao programa.
Para Ademir, a medida também poderá dar mais ordem à unidade.
“Tem gente que vai para a UPA e fica tumultuando, as vezes poderia ser resolvido com a visita do médico, mas fica lá esperando correndo risco de pegar uma infecção”.
Ainda não há previsão de quando o programa deverá ser colocado em prática. Apesar de já estar aprovado, são feitos estudos de viabilidade.