“Janela partidária” vai até março; Alguns parlamentares estão com dificuldade para conseguir partidos
O fim das coligações para a disputa proporcional a partir das eleições deste ano está tirando o sono dos dirigentes partidários e também de vereadores. A mudança deverá resultar no esvaziamento de várias legendas assim como dificultar a filiação de quem já tem mandato e se destacou em número de votos no último pleito.
Entre um dos partidos que tem atraído quem deverá tentar a reeleição é o MDB para a formação do “chapão”. Ventila-se pelos corredores que o partido usou como moeda de troca projetos polêmicos: doação de imóveis para entidades, dentre elas igrejas, e os dois que confirmaram o empréstimo de R$40 milhões para construção de ponte e pavimentação de ruas. Por questões óbvias, os parlamentares confirmam convite, mas negam relação.
Um dos que estaria de malas prontas para o MDB seria o vereador e ex-vice-presidente da câmara, Marcos Vinicius. Atualmente no , ele confirmou ao PORTAL GERAIS que deixará a sigla por inviabilidade eleitoral.
“Vou procurar um caminho, o certo é que eu não devo permanecer no PROS. O partido não tem movimentação no sentido de novas filiações e composição de uma chapa com viabilidade eleitoral”, argumentou.
Confirmando que houve “aceno para o MDB”, Marcos Vinícius também disse ter recebido convite do presidente do PDT, o vereador Raimundo Nonato. O parlamentar disse que irá aguardar até março para decidir em qual legende irá se juntar.
Os pretensos candidatos que se sentem inseguros em permanecer nos partidos em que estão filiados devem aproveitar a “Janela Partidária” para trocar de legendas, ou seja, até março. O vereador Josafá Anderson (Cidadania) também não descarta deixar o partido dos deputados Fabiano Tolentino (federal) e Cleitinho Azevedo (estadual).
Ele confirma ter recebido convites do MDB e PDT. Entretanto, afirma estar “bem alinhado” com o Cidadania.
“Por enquanto vamos continuar lá, a não ser que aconteça um fato novo”, destacou, dizendo que alguns nomes podem surpreender.
Um dos receios é que se filiem vereadores. Ele cita alguns nomes que, segundo ele, serão bem aceitos, como Nego do Buritis e César Tarzan porém outros estão encontrando resistência, como o de Janete (PSD) e Marcos Vinícius. Para ele, estes nomes tirariam a oportunidade de algumas eleições.
Para abrir espaço para estes parlamentares, o precedente seria a formação de chapa majoritária, com o nome de dentro do Cidadania. O deputado Cleitinho disse que depende da “população”. Mas, pelos bastidores há negociações que envolvem o irmão gêmeo dele, Gleidson Azevedo, ainda sem partido.
O único que confirma a possibilidade de filiar-se ao MDB, é Admir Silva (PSD). Com três cadeiras na câmara, o partido não deverá formar chapa. Tanto Janete como Rodrigo Kaboja devem deixar a sigla. Este último deverá ir para o Solidariedade do vereador Eduardo Print Jr.
Ademir destacou a dificuldade de conseguir uma legenda que o aceite, isso se dá pelo fato de ter sido o vereador mais votado do último pleito. O edil é visto como adversário forte.
“A menina que assumiu o PSD, ela não me procurou para saber se vai formar grupo ou não. Como fui o mais votado estou tendo muita resistência. O Mateus não quer que eu vá para o Cidadania. Alguns partidos eu não me identifico, como o Patriota (Sargento Elton)”, afirmou.
Outra via alternativa, seria o DEM.
“Conversei com o Jaime e ele deve montar o DEM. Ou vamos para o partido do Jaime ou acabar morrendo no MDB. O MDB é um partido grande, mas tem um desgaste da administração”, declarou, dizendo ser falta de opção.
Partidos
O presidente do PDT, o vereador Raimundo Nonato confirmou alguns convites a vereadores para o fortalecimento da legenda. Ao mesmo tempo, tratou a questão como precoce, já que a dança das cadeiras deve se alongar até a data limite.
“Ainda está cedo e dança das cadeiras já começou. Tem pessoas que estavam no PDT e estão saindo e tem gente entregando as fichas de filiação. É bem relativo até chegar em março”, afirmou, sem citar nomes.
O edil também não descartou a possibilidade dele mesmo deixar o PDT caso não viabilize uma chapa proporcional forte para 2020.
“Todos nós estamos sujeito, como vai ficar num partido que não tem votos suficientes? Acredito que vamos fortalecer, o partido que dizer que está forte hoje, está mentindo, porque as coisas estão correndo”.
A reportagem do PORTAL GERAIS tentou contato com o presidente do MDB, Fausto Barros, mas as ligações não foram atendidas.
O MDB tem duas cadeiras atualmente na Câmara, Dr. Delano e Adair Otaviano. Segundo informações repassadas pelo PORTAL, a filiação dos vereadores a sigla podem prejudicar Otaviano e diminuindo as chances de reeleição.