Novos valores não têm impacto imediato e entrarão em vigor a partir do próximo mandato
Ao contrário da última reunião, os vereadores de Divinópolis, aprovaram a redução salarial sem gerar polêmica ou discussões acaloradas. Com a emenda já aprovada de 25% derrubando a proposta inicial de R$1.045 – o equivalente a um salário mínimo, a matéria recebeu 13 votos a favor e três contrários.
A modificação foi apresentada pela vereadora Janete Aparecida (PSC). Como mostrado pelo PORTAL GERAIS, ao defender a redação ela disse que “não seria hipócrita” de dizer que um salário mínimo é suficiente para o exercício do mandato. Citando não possuir regalias, como gasolina, auxílios, argumentou que a atividade exige dedicação.
O texto original protocolado pela Mesa Diretora reduzia em 90% a remuneração dos parlamentares e não teve apoio nem mesmo dos membros. Atualmente, eles ganham cerca de R$12,1 mil. Com a aprovação da emenda, a partir de 2021 os vereadores irão receber R$9.133.
Votando a favor da emenda, o vereador Zé Luiz da Farmácia destacou a falta de diálogo na construção da proposta da Mesa Diretora.
“Vejo que deveria ter tido mais diálogo com todos os vereadores e também prefeito e secretário. O que vimos foi ferro e fogo”, opinou.
Pelo salário mínimo
O vereador Dr. Delano (MDB) que não participou da última reunião por questões de saúde, foi um dos três que foi contrário à emenda.
“Me mantive calado por oito anos vendo gente que não tem estudo, não tem competência, não tem gestão, ganhar dinheiro do povo (…) Quem quer ganhar dinheiro fácil, vai estudar”, disparou.
Ele também mandou recado para os colegas dizendo que não irá dar mais pedidos de receitas de graça para eles.
Já Matheus Costa (Cidadania) defendeu o corte de 50%. O índice foi sugerido por duas vezes à Mesa Diretora.
Carlos Eduardo Magalhães (Republicano) defendeu o salário mínimo ou um índice maior.
“Esse parlamento perdeu a oportunidade de entrar para a história não só de Divinópolis, mas do Brasil. Sou favorável às reformas, mas é preciso recuperar a confiança da população e ela só será recuperada através de uma atitude drástica”, argumentou Magalhães.
Voto surpresa
A surpresa ficou com a mudança de posição do vereador Roger Viegas (Republicano). Ele, assim como Matheus, foram os pivôs da polêmica extraordinária da última semana. Ambos votaram contrários à emenda. Com o projeto já modificado, sinalizaram que não votariam pelo corte de 25%. Sem consenso, os demais parlamentares abandonaram o plenário prejudicando a votação da matéria.
Hoje, tentando se explicar, disse que na semana passada havia a possibilidade de uma redução maior.
“Quero deixar claro que na última reunião, a essência do projeto foi alterada. Quando eu votei contrário, juntamente com os vereadores Carlos Eduardo Magalhães e Matheus Costas, estávamos votando contra a emenda, mantendo para que fosse mantida a essência de 90%. Hoje, estamos discutindo a única situação que são os 25%”, justificou, dizendo que “caso a maioria derrubasse esse projeto, teríamos zero de redução”.