Prefeitura busca alternativas para viabilizar empresa gestora do aeroporto; Locadores de hangares devem cerca de R$1,4 milhão

Portal Centro-Oeste

A Prefeitura de Divinópolis tem a receber de taxas de permissão de uso dos hangares do Aeroporto Brigadeiro Cabral cerca de R$1,4 milhão. O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, José Alonso fez apelo para que os locatários paguem o valor devido, nesta terça-feira (27). Isso, somado a falta de dinheiro do município podem fazer com que os voos comerciais sejam suspensos.

Este é apenas um dos gargalos que podem fazer com que o aeroporto também seja entregue a Secretaria Nacional da Aviação Civil, proprietária do imóvel. Uma interdição não está descartada.

 “A quitação dessa dívida seria fundamental para amenizar essa situação”, salientou o secretário.

“Daí a importância de buscarmos um consenso e o apoio dos proprietários de aeronaves que também utilizam o aeroporto. O contribuinte não pode pagar esta conta”, alertou o procurador do município, Wendel Santos.

Dívida

O valor a receber é menor que a dívida gerada pelos atrasos por parte da prefeitura à empresa gestora. O prefeito de Divinópolis, Galileu Machado se reuniu, nesta terça-feira (27), com representantes do setor de aviação e apresentou as dificuldades na manutenção do funcionamento do local.

Galileu informou que, em razão do contrato realizado no ano de 2015 com a Socicam, empresa que administra o aeroporto, a dívida acumulada no período é de R$ 2.664.000,00.

“Recebemos essa dívida da administração passada e desde estão estamos rolando essa dívida. O custo mensal para a prefeitura é R$ 168 mil e, diante das dificuldades financeiras enfrentadas pelo município, não temos como arcar com esse valor”, destacou o prefeito.

“É uma bola de neve. É preciso tratar esse problema de forma séria e honesta com a população. O Estado nos deve R$ 62 milhões. Desse total, R$ 50 milhões só com a Saúde. Só com procedimentos de custeio do Estado e que já foram realizados e pagos pela Prefeitura são R$ 18 milhões. Tem ainda os atrasos com o IPVA, ICMS e dinheiro para o transporte escolar. Não podemos sacrificar esses setores para manter o aeroporto”, resumiu o prefeito.

Permissionários

A Secretaria da Fazenda apresentou um estudo sobre as taxas cobradas junto aos permissionários. A proposta é de um reajuste no valor do aluguel dos hangares. Hoje, o valor cobrado é de R$ 5,37 o metro quadrado. O município busca também parcerias com os proprietários de aeronaves para minimizar os custos de funcionamento do aeroporto, dentro das possibilidades legais do setor de aviação.

Uma comissão será formada para buscar alternativas. Entre as ações previstas está o agendamento de um encontro entre os representantes do grupo e o Ministério Público Federal, que acompanha os assuntos relacionados ao Aeroporto Brigadeiro Cabral.

Socicam

A Prefeitura ainda tenta um acordo com a empresa responsável pela manutenção do aeroporto para a continuidade das atividades. Porém, caso não se viabilize, os voos comerciais podem ser suspensos.