O Estado possui cerca de 3,2 mil pessoas cumprindo penas em 45 dessas instituições mantidas pelo governo e que são tidas como exemplo internacional

O governador Romeu Zema acompanhou nesta quinta-feira (10) o trabalho realizado pela Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) em Itaúna – a primeira implantada no Estado. Ao lado do vice-governador Paulo Brant e do secretário de Estado de Segurança Pública, general Mario Araujo, o governador conheceu as dependências do sistema semiaberto e fechado, e acompanhou as atividades dos recuperandos da unidade.

O governador ressaltou a importância do trabalho realizado pela Apac e lembrou como as atividades internas são importantes para a ressocialização e integração dos condenados, em um modelo que é exemplo internacional.

“Foi a primeira Apac que visitei e saio daqui muito impressionado com o trabalho digno que é feito. São quase 200 recuperandos recebendo e tendo oportunidade de aprender uma atividade que vai ser muito útil para eles. Vejo que é um caminho que temos que incentivar mais em Minas Gerais, pois representa um maior grau de ressocialização por parte do recuperando e também um custo menor para o Estado. Um governo tem que atuar em todas as frentes, educação é importante, desenvolvimento também, mas o ser humano não pode ficar relegado a um segundo plano”, afirmou Romeu Zema.

O governador teve a oportunidade de conhecer espaços como padaria, marcenaria, horta, cozinha, e acompanhar o trabalho de montagem de peças automotivas, na cantina, entre outros ambientes comuns na rotina dos recuperandos.

Modelo

O governador visitou vários setores da APAC (Foto: Divulgação/Governo de Minas)

As ações na Apac são baseadas em doze elementos fundamentais: participação da comunidade, recuperando ajudando o recuperando, trabalho, religião, assistência jurídica, assistência à saúde, valorização humana, família, o voluntário e sua formação, centro de reintegração social (CRS), mérito e a jornada de libertação com Cristo.

O modelo auxilia na execução penal e na administração do cumprimento das penas privativas de liberdade dos regimes fechado, semiaberto e aberto. Os presos são, juntamente com a instituição, responsáveis pela recuperação de si mesmos e dos outros detentos. Eles trabalham e estudam, e passam o dia envolvidos em atividades internas.

Minas Gerais é o estado que mais possui Apacs no país, com 83 unidades. Desse total, 45 mantêm convênio com o Governo do Estado, sendo seis em construção e 39 para manutenção de despesas, totalizando 3.708 vagas mantidas com verbas do Governo do Estado. Cumprem pena em Apacs hoje 3.278 recuperandos, segundo levantamento feito em janeiro deste ano pela Secretaria de Segurança Pública.

O titular da pasta, general Mario Araujo, salientou que tem dedicado sua atenção à área prisional desde que assumiu o comando da área e acredita que as Apacs passam uma mensagem de “esperança”.

“É possível darmos aos internos (de todo o sistema prisional) alternativas de recuperação, e é interessante que eles escolham estar aqui nesse modelo”, completou.

Recuperando

O recuperando Bruno Barcelar relatou a rotina dentro da Apac.

“Tudo o que fazemos aqui é de acordo com a nossa disciplina. As atividades são de 6h às 21h30, voltadas ao trabalho e também ao estudo. Aqui dentro temos a oportunidade de trabalhar em parceria com empresas de Itaúna e também de estudar. Eu já concluí o ensino médio e estou fazendo curso profissionalizante à distância”, afirmou.