Com atualização contratual já firmada entre Prefeitura e companhia de saneamento, localidades rurais terão hidrômetros e taxa; vereador questiona viabilidade

O abastecimento de água na zona rural de Divinópolis, que atualmente é responsabilidade da Prefeitura, passará a ser atribuição da Copasa. Isso consta na atualização contratual firmada entre o Executivo local e a companhia de saneamento de Minas Gerais.

Página 4 do contrato entre PMD e Copasa (Foto: Reprodução)

A imagem acima mostra um trecho da página 4 do contrato. Destaque para as localidades nas quais ocorrerá a mudança na gestão do abastecimento.

“O objetivo do presente contrato é a prestação dos serviços públicos de abastecimento de água na sede municipal e no distrito [que é bairro] de Santo Antônio dos Campos (Ermida) e localidades: Ferrador (Chácaras Belo Horizonte), Chácaras Sambeca (Lago das Roseiras), Buritis, Boa Vista, Chôro, Costas, Quilombo, Mata dos Coqueiros, Branquinhos, Córrego Falso, Cachoeirinha, Amadeu Lacerda, Perobas, Djalma Dutra, Lagoa, Lajes, Lava-pés, Laginha, Tamboril, CacOco, Cachoeirinha, Ponte de Ferro, Córrego do Paiol e Lopes”.

E há a confirmação:

As localidades acrescidas […] pertencem ao Município e passam a integrar o objeto deste contrato.

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Copasa na zona rural de Divinópolis: preocupação

O vereador Ademir Silva (PSDB), que é crítico à qualidade dos serviços que a Copasa presta na área urbana, teme que problemas também ocorram a partir do alcance da empresa no meio rural.

“Os povoados têm poços e caixas d’água comunitárias. A Prefeitura fornece mão de obra para ligar e desligar as bombas e fazer manutenções. Por esse serviço os usuários pagam uma taxa anual de aproximadamente R$ 100, que é um valor bastante simbólico”, explica.

Ademir Silva questiona sobre qualidade do serviço (Foto: CMD/Divulgação)

Apesar de limitações técnicas, acrescenta o vereador, o abastecimento rural funciona.

“A partir do começo da gestão pela Copasa, a empresa vai instalar hidrômetros e cobrar taxa de abastecimento, como faz na área urbana. Mas quem garante que, depois que a população rural já estiver pagando à Copasa, não vá faltar água, como já acontece com bastante frequência com quem paga pelo serviço da empresa na cidade?”, questiona Ademir.

Copasa faz análise

O PORTAL GERAIS perguntou à Copasa sobre a previsão de começo da gestão do abastecimento na zona rural e quais as garantias de manutenção.

“A Copasa informa que está iniciando um trabalho de avaliação dos sistemas existentes nas comunidades rurais, em seguida serão feitos os projetos de melhorias e adequações à conformidade regulatória de prestação de serviços de abastecimento de água”.

Depois da etapa de projetos – continua a companhia – haverá a preparação da licitação de obras, incluindo as licenças ambientais, aquisição de áreas e materiais específicos para cada localidade, pois somente a partir da conclusão dessas etapas é que as obras começarão.

“Com as obras terminadas, inicia-se a fase de mobilização social para início da cobrança pelos serviços de abastecimento de água. Contudo, a Copasa, desde já, prestará apoio técnico no serviço de abastecimento de água de cada localidade”, finaliza.

Tratamento de esgoto tratá aumento de 74%

A Copasa também afirmou ao PORTAL GERAIS que a previsão para conclusão das obras da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) agora é para o fim de 2025.

“Quando o tratamento de esgoto for iniciado, os bairros atendidos passarão a pagar o valor de 74% sobre a tarifa de água”, destaca.

A título de exemplo, se após o começo da prestação do serviço a conta de água de um usuário do serviço custar exatos R$ 100, o preço final a ser pago será de R$ 174.

Atualização contratual e redução de tarifa

A atualização contratual trouxe uma mudança nas tarifas de água e esgoto no município. Elas ficaram 10% mais baratas, referentes ao consumo a partir de 1º de agosto.

Quem ainda não é atendido com tratamento de esgoto, conforme a Copasa, cerca de 86% da população, teve redução maior. Os consumidores atendidos apenas pela coleta de esgoto, passaram a pagar o percentual de 25% sobre o valor da água, até que inicie o tratamento de esgoto.

Ainda conforme anunciado na época pela companhia, a tarifa de quem tem o tratamento segue a relação percentual de 74% do valor referente a conta de água.

Aumento de 74% é previsto em contrato firmado entre Prefeitura e Copasa (Foto: Reprodução)