A principal justificativa é o confisco de repasses por parte do governo estadual nos últimos três anos

Cerca de 80% prefeituras que compõe a Associação dos Municípios do Vale do Itapecerica (Amvi) terão dificuldades para quitar o 13º salário. A declaração foi feita pelo presidente da entidade e prefeito de São Gonçalo do Pará, Toninho André (MDB). A principal justificativa é o confisco de repasses por parte do governo estadual nos últimos três anos.

“Apesar dos repasses voltarem, ainda existe a dívida consolidada que afetou lá atrás e deixou a maioria arrojada”, afirma.

Em São Gonçalo do Pará, 50% da gratificação natalina já foi quitada. Já o restante do benefício também deve ser pago dentro da data. Para isso, o prefeito está contanto com o repasse extra de 1% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) previsto para dezembro. A cidade deve receber cerca de R$512 mil.

Riscos de atraso

De acordo com o presidente da Associação Mineira dos Municípios (AMM) e prefeito de Moema, Juvan Lacerda alguns municípios, que já estavam com a situação fragilizada, com o confisco, comprometeram ainda mais a situação financeira. Soma-se a isso a retenção de parte do IPVA no início do ano.

“Estamos lutando por aporte de recursos extras, mas é difícil resolver a curto prazo um problema gerado a longo prazo”, argumenta.

Na cidade de pouco mais de 7 mil habitantes, as dificuldades de fechar a folha existe assim como em Divinópolis. O município polo do Centro-Oeste também está arrochado. A secretária de Fazenda, Suzana Xavier já anunciou a possibilidade parcelamento do salário de novembro e não descarta atrasos do 13º salário.

Enxugar a máquina

Mesmo destacando as dificuldades financeiras, em Itapecerica o parcelamento foi descarto pelo prefeito e vice-presidente da Amvi, Wirley Reis (PHS). Assim como em São Gonçalo, ele conseguiu pagar 50% da gratificação antecipada. O restante está previsto para ser quitado até o dia 12 de dezembro.

Sem muitas alternativas para os prefeitos da região colocarem as contas em dia, Teko, como é conhecido, não vê outra alternativa a não ser enxugar os gastos.

“É segurar os gastos, ver com cautela os contratos, folha, ter despesas com necessário, saúde, educação, evitar gastos supérfluos, buscar parcerias. Usar da criatividade para vencer a crise”, alerta.

A prefeitura de Nova Serrana também sofre ainda com os efeitos da crise que atingiu os municípios, sobretudo em 2018. Foram retidos próximo de R$ 40 milhões pelo Estado.  Mesmo com as dificuldades financeiras, a previsão é que a gratificação natalina seja paga integralmente até o dia 20 de dezembro.