Um exemplo notável é o Pátio Divinópolis, o único shopping da cidade com espaços voltados para atividades com crianças.
A instalação de banheiro familiar e fraldário ainda é uma realidade distante em estabelecimentos de Divinópolis, tanto em áreas públicas quanto em restaurantes ou espaços de lazer privados. Um exemplo notável é o Pátio Divinópolis, o único shopping da cidade com espaços voltados para atividades com crianças.
Essa situação afeta principalmente os pais, colocando-os em situações complexas e desconfortáveis. Frequentemente, pais enfrentam dificuldades para levar seus filhos pequenos ao banheiro. Um problema recorrente ocorre quando o homem precisa acompanhar a filha ao banheiro ou a mulher precisa levar o filho.
O modelo tradicional de banheiros divididos por gênero não contempla essas situações, causando desconforto e até insegurança. Quando existem fraldários, geralmente estão anexos ao banheiro feminino e muitas vezes não têm estrutura para crianças maiores, que já estão desfraldadas ou em processo de desfralde.
Para as mães, é comum levar os filhos meninos ao banheiro feminino. No entanto, quando o pai precisa levar a filha, a solução não é tão simples. Na maioria das vezes, não há uma alternativa segura e confortável, o que gera dilemas sobre onde levar a criança.
Banheiro familiar em Divinópolis: uma solução necessária
Uma solução seria a implantação de “banheiro familiar”, espaços dedicados exclusivamente para o uso de pais e mães com filhos pequenos. Esses banheiros ofereceriam um ambiente seguro e privado, permitindo que os pais acompanhem seus filhos independentemente do gênero.
Falta de “acessibilidade” no Shopping Pátio Divinópolis
No Shopping Pátio Divinópolis, por exemplo, apesar de haver um fraldário, ele não conta com sanitários infantis, o que obriga os pais a buscarem alternativas. Essa situação não apenas revela uma falha estrutural, mas também demonstra a falta de planejamento inclusivo para atender às necessidades das famílias que frequentam o local.
O superintendente do Shopping Pátio Divinópolis, Gilson Dias, reconhece essa necessidade e afirma que mudanças estão sendo providenciadas.
“Temos percebido essa demanda por acessibilidade. Nosso arquiteto está implementando algumas mudanças no shopping como um todo, e estamos avaliando as melhorias”, destacou.
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Constrangimento, afirma pai
O psicólogo Henrique Dias, de 27 anos, pai de duas meninas de 3 e 6 anos, relata situações frequentes de constrangimento devido à falta de um banheiro familiar.
“A falta de acessibilidade causa muito constrangimento, especialmente quando saio sozinho com minhas filhas, que já não usam fraldas. Já precisei deixar alguns locais por não conseguir levá-las ao banheiro, ou então tenho que pedir ajuda a uma funcionária ou desconhecida”, explicou.
Henrique enfatiza que, como pai, sente-se impotente em situações como essa e vê o problema como um reflexo do preconceito contra pais e os novos tipos de família na sociedade.
“É frustrante ter que ir embora para casa só para que minhas filhas possam ir ao banheiro. Isso também revela um preconceito contra os novos modelos de família que temos na sociedade. Não podemos ignorar essa realidade.”
Ele destaca que comerciantes, gestores de espaços públicos e até mesmo políticos precisam se adaptar às mudanças sociais e à diversidade dos novos formatos familiares.
“Hoje, nossas famílias mudaram. Temos mães e pais solos, além de outros tipos de configurações familiares. É constrangedor para uma mãe ter que entrar com seu filho no banheiro feminino, e isso também afeta a criança. Precisamos de atenção para essas mudanças.”
Banheiro familiar, não coletivo unissex
Por fim, Henrique esclarece que a solução não é criar um “banheiro coletivo unissex”, mas sim um espaço específico para pais e mães, sem expor as crianças ao constrangimento de utilizar banheiros de adultos.
“Não se trata de um banheiro unissex, mas de um banheiro familiar, onde os pais possam levar seus filhos com segurança, sem expor as crianças ao desconforto de usar banheiros inadequados. Para os pais de meninas, isso traz mais segurança para nossas filhas”, finalizou.
Falta de regulamentação
Em Divinópolis, não existe uma lei municipal que trate da obrigatoriedade de banheiros familiares. Em nível nacional, também não há uma norma federal que exija a instalação desses espaços em locais públicos de grande circulação. Entretanto, projetos de lei estão em tramitação para regulamentar essa exigência. Um exemplo é o PLS 430/2018, do ex-senador Telmário Mota.
Aprovada em dezembro do ano passado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, a proposta ainda aguarda votação.