Amanda Quintiliano

 

Quatro vereadores faltaram (Fotos: Amanda Quintiliano)

Quatro vereadores faltaram (Fotos: Amanda Quintiliano)

Com a ausência de quatro vereadores, foi aprovada a extinção dos auxiliares de serviços da Prefeitura de Divinópolis na reunião desta terça-feira (20). O projeto EM 056/2013 foi aprovado por oito votos favoráveis e quatro contra. A polêmica vinha se estendendo desde o ano passado na Câmara. A proposta rendeu várias mobilizações e foi aprovada sob o protesto de servidores.

 

Careca da Água Mineral (PROS), Marquinho Clementino (PROS) e Delano Santiago (PRTB) eram as apostas dos sindicatos para conseguirem derrubar a matéria. Entretanto todos os três se ausentaram, cada um com uma justificativa. Também não participou da reunião José Wilson Piriquito (SDD) que havia se comprometido a se abster de votar.

 

Já Adair Otaviano (PMDB), Hilton de Aguiar (PMDB) e Anderson Saleme (PR) foram os únicos a marcarem no painel o voto contrário. Marcos Vinícius que havia sinalizado se abster foi favorável ao projeto que, segundo o Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintram), coloca em risco o equilíbrio financeiro do Diviprev e abre brecha para a terceirização.

 

Servidores acompanharam a reunião

Servidores acompanharam a reunião

 

“Infelizmente isso já era esperado, porque nós sabemos o preço que o prefeito pagou por cada um desses votos e por cada uma dessas ausências. Então a gente já esperava esse descompromisso”, disse a diretora de comunicação do Sintram, Ivanete Ferreira.

 

Ivanete ainda disse que o sindicato dará publicidade aos nomes dos vereadores que se ausentaram e votaram favoráveis.

O sindicato está acompanhando a tramitação do projeto desde o início

O sindicato está acompanhando a tramitação do projeto desde o início

 

“O que vamos fazer agora é divulgar em todos os meios de comunicação, via outdoor, o nome daqueles que votaram contra e também que não compareceram hoje por pura covardia, sem coragem de votar a favor ou contra”, salientou.

 

A diretora do Sintram também rebateu a afirmação do secretário de administração, Beto Machado. Nesta segunda-feira (19) ele disse que caso não haja a reposição com novos cargos, a alíquota feita pelo cálculo atuarial irá aumentar.

 

“Desde março a prefeitura devia ter subido a alíquota dela, ela está em débito de R$ 500 mil com o Diviprev, e diz que não tem dinheiro e que não concorda com a alíquota. Que prefeitura quebrada é essa que depois vai bancar a gente?”, disparou.

 

Defesa

 

Planilha apresentada pelo vereador mostrando o risco da folha ultrapassar a receita

Planilha apresentada pelo vereador mostrando o risco da folha ultrapassar a receita

 

O líder do governo, Eduardo Print Jr. (SDD) classificou o projeto como positivo e diz não ter conseguido passar para a população o objetivo dele, durante a reunião. Ele considerou ser “uma vitória da população”.

 

“Para o servidor passa a ser mais confortável a partir de agora. Eles ainda não amadureceram porque entendem esse projeto, como um projeto político. Mas, a assim que eles amadurecerem, conhecerem o projeto e ele ser colocado em prática, vão entender que será excelente”, comentou.

 

A preocupação com o alto valor da folha de pagamento também foi demonstrado por ele. Um levantamento da Secretaria de Administração aponta que em 2023 o gasto com pessoal representará 100% da receita do município. Para ele, a terceirização ajudará no equilíbrio fiscal.

 

“Tem auxiliar de serviços que ganha R$ 2,5 mil para limpar o prédio da prefeitura. São benefícios adquiridos por eles, a gente entende que eles têm direitos, é o anuênio, biênio, mas nós, como responsáveis pela legislação não podemos permitir que essa folha ultrapasse a receita. Terceirizado custa mais barato? Custa mais barato. Se não custasse mais barato a assembleia não seria terceirizada, o Ministério Público, e várias outras entidades como a própria câmara”.

 

Agora o projeto segue para sanção do prefeito.

 

O final da reunião foi marcado por manifestação, veja o vídeo: