Cidade apresenta o pior índice do LIRAa na região Centro-Oeste; Divinópolis também tem risco de surto da doença
Ilídio Luciano
Em reunião ocorrida nesta segunda-feira (03), na Superintendência Regional de Saúde de Divinópolis, foram apresentados os números do Levantamento de Infestação Rápida do Aedes aegipty (LIRAa), na Macrorregião Oeste do Estado.
A cidade de Bom Despacho foi a que apresentou o maior índice de infestação do mosquito transmissor da dengue, entre todas as cidades analisadas pelas Vigilâncias em Saúde dos municípios.
Enquanto o índice ideal, preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 1%, a cidade apresentou infestação de 16,2%. Já o índice Breteau – que mede o nível de infestação do mosquito Aedes aegypti a cada 100 imóveis – foi de 27,8%.
Representante da Vigilância em Saúde de Bom Despacho, Fernando Júnior se mostra preocupado com a situação, mas diz que o município ainda não decretará estado de emergência. Há o acompanhamento de 77 casos suspeitos de dengue na cidade e quatro confirmados este ano.
“Bom Despacho apresenta 16% de índice predial e 28% Breteau. Diante dessa realidade, o município já intensificou as ações rápidas, realizamos alguns mutirões de limpeza, houve também a intensificação dos trabalhos dos agentes de controle de endemias. Há aquelas situações em que o problema não pode ser resolvido durante a visita técnica; estamos notificando o proprietário do local visitado, até mesmo com ações judiciais, caso a pessoa se negue a eliminar os focos de transmissão”, justifica.
Risco de epidemia
O segundo município que apresentou o maior índice de infestação do Aedes aegipty na região foi Cláudio. O índice apresentado foi de 12,5%. O número já é considerado o mais alto da história do município, desde o início do levantamento.
Situação preocupante para o município, cujo prefeito já foi noticiado sobre a gravidade da situação, conforme explica Magno Gonçalves, que é coordenador da Vigilância em Saúde do município de Cláudio.
“Os números analisados em Cláudio são os mais altos já registrados desde o início do acompanhamento do Lira. Situação que nos coloca bastante preocupados, já levamos esses números para o orefeito, estamos elaborando o Decreto de Emergência na cidade, a fim de intensificar o que já está sendo feito e aumentar o número de agentes para o combate”, preocupa-se.
Magno afirma que mesmo com a intensificação das ações de combate aos focos do mosquito, há em Cláudio situações peculiares, que impedem o ataque aos criadouros do Aedes.
“Iniciaremos uma tarefa de extensão do horário de trabalho, para que os agentes possam trabalhar também no horário noturno, para que possam encontrar os moradores nos locais que ainda não foram vistoriados. Nas fundições também estaremos intensificando a fiscalização, onde detectamos alto índice de focos do mosquito, mas que a remoção desses focos é de difícil manejo”, lamenta e conclui.
Possibilidade de surto
Abaixo de Bom Despacho e Cláudio, cidades que apresentaram os maiores indicativos de infestação para a dengue, Divinópolis tem índice de 8.1% no LIRAa. Segundo o Supervisor de área da Regional de Saúde de Divinópolis, Magno Luiz dos Santos, a situação do município requer muito cuidado e precaução.
“Divinópolis apresentou número muito alto, acima do indicador de corte que é aceitável, a infestação de 8% é alta, porque o índice de risco é 4%, então a situação é preocupante, para todos os municípios que apresentaram índices acima de um por cento”, alerta.
Número de infestação do Aedes aegipty em algumas cidades da Região Centro-Oeste:
- 1º Bom Despacho – 16,6%
- 2º Cláudio – 12,5%
- 3º Pains – 10,7%
- 4º Dores do Indaiá – 8,4%
- 5º Divinópolis – 8,1%