Bernardo Rodrigues - proprietário da Take 5 (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Pesquisa aponta que voto de 43% dos eleitores deve sofrer influência da internet; Especialista orienta sobre ferramentas e alerta para excessos

Amanda Quintiliano

Pesquisa do Ideia Big Data, divulgada em maio deste ano, aponta que as redes sociais devem influenciar na definição do voto de 43,4% do eleitorado. Dentre tantas plataformas, o Facebook e o WhatsApp devem ser os mais utilizados na campanha eleitoral que teve início, oficialmente, no dia 15 de agosto. Apesar de ser um terreno fértil é preciso estratégias bem definidas e acima de tudo, cuidado.

“O monitoramento deve ser constante, para combater as fake news e os ataques que infelizmente ainda acontecem”, alerta o proprietário da Take 5 e especialista em marketing digital e político, Bernardo Rodrigues.

Por outro lado, como ele mesmo lembra, as possibilidades de segmentação são muitas. Isso deixa mais fácil o trabalho do convencimento quando se chega a um eleitor que compartilha uma mesma ideologia ou tem interesse no assunto que está sendo abordado.

“Essa panfletagem digital também tem seus limites, por isso, saber dirigir a comunicação para o público certo fará muita diferença”, afirma.

Abordagem

Bernardo Rodrigues – proprietário da Take 5 (Foto: Arquivo Pessoal)

Marcado pela informalidade, as redes sociais também deverão contribuir com outro tom das campanhas. Cada plataforma requer posicionamentos distintos e nem todos os eleitores estão presentes em todas. Dos 59,5% dos entrevistados que disseram que irão acompanhar as publicações de candidatos pela internet, boa parte estará no Facebook (58,5%), mas há a parcela que irá optar por outras alternativas.

O YouTube aparece como a principal plataforma para 13,2% dos entrevistados, seguindo pelo Instragram (11,5%), Twitter (8,9%), WhatsApp ( 4,8%) e LinkedIn (3,2%).

“As mídias sociais são um ambiente marcado pela informalidade, velocidade e dinamismo. Um vídeo com mais de 30 segundos, por exemplo, raramente é assistido até o fim. É preciso ter objetividade, ainda mais neste momento de descrença generalizada com a política brasileira”, explica.

Reflexo

Para o proprietário da Take 5, as campanhas online deverão ser mais determinantes no resultado das eleições proporcionais.

“Nas eleições majoritárias, ainda acho que não. Faz muita diferença, mas não será determinante ainda. Mas nas eleições proporcionais já surgem novas possibilidades de trabalho que podem viabilizar eleições de candidatos antes desconhecidos mas que vão crescer sustentados sobre uma ação de marketing digital adequada”.

Já para as majoritárias ele acredita ser mais tímido.

“Nas eleições presidenciais, por exemplo, as mídias sociais poderiam fazer alguma diferença sobre o público que esteja ainda indeciso e disposto a votar (muita gente pensa em anular o voto). Para esse perfil de eleitor, as mídias sociais podem ser uma importante ferramenta”.

Excesso

Um risco para quem vai apostar nas redes sociais é o excesso de propagandas. Encher a timeline do eleitor com conteúdo eleitoral pode ser um tiro no pé.

“O mau uso das ferramentas de marketing digital por alguns candidatos pode prejudicar a própria campanha nessas plataformas de mídia social”.

As fakes news e os perfis falsos serão outro problema que demandará jogo de cintura e muita cautela.

“O importante é analisar caso a caso para que seja verificada a repercussão e perfil de envolvimento com cada publicação. O lamentável é ver que a falta de ética e a imoralidade que tanto se critica na política acaba se revelando em atitudes de muitos cidadãos na internet”, finaliza.