rio pará
Foto: CBH Rio Pará/ Tanto Expresso/ João Alves

Projeto inovador prevê coleta de dados sobre navegabilidade, oficinas de mobilização e desenvolvimento de aplicativo

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará realizará o mapeamento de quase 300 km do rio, desde Passa Tempo até a foz, próximo a Martinho Campos e Pompéu. O levantamento, que deve ser concluído em seis meses, permitirá identificar variações na profundidade e largura do rio, definindo possíveis interferências à navegação e determinando o tipo de embarcação mais adequado para cada trecho.

“Já assinamos a Ordem de Serviço e o contrato prevê um prazo de seis meses para execução e conclusão do mapeamento. Serão coletados dados atemporais, mapeando a calha do Rio Pará ao longo de todo o percurso, permitindo que o Comitê planeje ainda melhor as ações que serão realizadas na bacia nos próximos anos”, explicou João Paulo Coimbra, coordenador técnico da Agência Peixe Vivo.

Importância do mapeamento do Rio Pará

O mapeamento da navegabilidade é um projeto antigo do Comitê. “Essa ideia vem desde o início da construção do CBH e é muito importante para o aprimoramento dos nossos métodos de gestão. O levantamento nos permitirá conhecer melhor o rio, com pontos de monitoramento, pensando nos usos múltiplos da água. Até agora, ninguém sabe ao certo os pontos navegáveis, e essas informações são valiosas tanto para a economia quanto para lazer”, afirmou José Hermano Franco, secretário do Comitê.

O levantamento ocorrerá em 80 seções por meio de aerofotogrametria. Para capturar imagens detalhadas, os técnicos vão utilizar um VANT (veículo aéreo não tripulado), equipado com câmeras de alta resolução. O investimento total do projeto, conforme o Comitê, é de R$ 568 mil.

Dados para Planejamento e Preservação

Além de mapear a largura, profundidade e navegabilidade do rio, o projeto avaliará a qualidade das águas do Rio Pará e seus afluentes, considerando 22 parâmetros de integridade ambiental.

“Vamos monitorar a quantidade e qualidade de água do rio, estabelecendo pontos de monitoramento. Isso pode influenciar não apenas a navegação, mas também o turismo e o lazer. De repente, alguma cidade pode investir em infraestrutura para incentivar o turismo”, acrescentou José Hermano.

O Comitê também desenvolverá um aplicativo móvel para integrar as informações coletadas, funcionando como um GPS específico para o Rio Pará. A ferramenta indicará trechos navegáveis, obstáculos, bem como pontos de interesse para visitação.

Oficinas de Mobilização Social para mapeamento do Rio Pará

Durante o período de execução, haverá 14 oficinas de mobilização social ao longo da bacia, sendo sete no início e sete na fase final. As atividades estão previstas para Passa Tempo, Itaguara, Divinópolis, Conceição do Pará, Pitangui, Cláudio, assim como Pompéu.

De acordo com Cristian Sanabria, mobilizador social da Terra Brasil, empresa contratada para executar o projeto, a participação comunitária é importante.

“O CBH do Rio Pará sai na frente ao sistematizar conhecimentos de forma inovadora, envolvendo a população nas oficinas. Esperamos uma participação incrível, que vai subsidiar o Comitê no planejamento das atividades futuras.”

O projeto se alinha às Políticas de Recursos Hídricos e de Meio Ambiente, sendo fundamental a participação das comunidades ribeirinhas, pescadores e gestores públicos para garantir resultados efetivos.

Fonte: CBH Rio Pará
Com informações de Ricardo Miranda