Fachada da upa de divinópolis
UPA de Divinópolis (Foto: Divulgação/Prefeitura de Divinópolis)

Vigilância Sanitária realizou vistoria na unidade; Processo administrativo foi instaurado para apurar contrato

Uma criança foi atendida em uma maca improvisada no chão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis (MG). A denúncia foi feita pelo vereador Israel da Farmácia (PDT) após fiscalização in loco realizada pela Comissão de Saúde da Câmara Municipal.

De acordo com o parlamentar, ele tem recebido várias denúncias. Dentre elas, predomina a de superlotação. Entretanto, outro fator chamou a atenção: deficiência no atendimento no setor de pediatria.
Israel relatou que durante as visitas realizadas pelo vereador e pela Comissão na UPA, presenciou vários pontos considerados por ele desumanos, principalmente os atendimentos na pediatria.

A denúncia foi feita pelo vereador Israel da Farmácia (Foto: Divulgação/Câmara de Divinópolis)

No momento da fiscalização, 17 crianças eram atendidas. Como não havia leitos disponíveis para todas elas, algumas crianças estavam sendo medicadas em cadeiras e em macas colocadas no chão.
Ele relatou ter presenciado uma médica atendendo uma criança em uma maca no chão.

“O que é inaceitável”, afirmou.

Israel foi mais enfático em seu pronunciamento, na quinta-feira (2/3), na reunião ordinária da câmara, ao questionar sobre o funcionamento de aparelhos respiratórios.


Informações recebidas por ele apontam que eles não estavam funcionando corretamente. Entretanto, segundo o vereador, a denúncia não foi confirmada.

Na última semana, uma mulher teria morrido na ambulância durante a transferência da UPA de Divinópolis para Santo Antônio do Amparo por falha em um dos aparelhos. A prefeitura apura o caso.

Responsabilização

Israel ainda responsabilizou o governo do Estado por parte dos problemas. Disse que ele atrasa as liberações de vagas de internação e acusou a direção da UPA, o Instituto Brasileiro de Políticas Públicas (IBRAPP), de dificultar a assistência aos internados ao retirar as macas utilizadas na Unidade.

Disse também que o IBRAPP omite informações para aqueles que tem o direito constitucional de fiscalizar o atendimento e representar a população.

Na sexta (3/3), foi realizada vistoria da Vigilância Sanitária. O vereador aguarda o relatório.

Processo administrativo

A prefeitura também comunicou, nesta sexta-feira (3/3), que abriu processo administrativo para apurar a execução do contrato entre o município e o IBRAPP.

“A decisão aconteceu em razão da identificação de inconformidades na execução deste contrato e, se o resultado da apuração assim apontar, serão aplicadas as penalidades legais e contratuais cabíveis e as necessidades de correção, que são, conforme estabelecido em contrato, obrigação da Semusa, através da comissão de acompanhamento de execução do contrato”, informou a prefeitura.

Ainda segundo o órgão, “esta comissão, desde o início da sua vigência do contrato, já tem promovido diversas notificações e acionamentos da empresa para adoção das medidas corretivas necessárias ao bom andamento da administração e assistência na UPA Padre Roberto”.