A notícia do afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) já era esperada entre oposição e situação nesta quinta-feira (12). Mesmo assim, o resultado da votação pelo prosseguimento do processo de impeachment provocou reação nas lideranças municipais do PT. Mais uma vez a cúpula classificou o afastamento como “golpe” e disse que irá trabalhar para reverter o cenário.
A Executiva Municipal do PT irá se reunir ainda nesta quinta-feira (12). Os militantes irão fazer uma avaliação e iniciar uma discussão de alinhamento com partido nacional para cumprir uma agenda pelo interior do país. A ideia é reuniu movimentos sociais e estudantes para tentar mobilizar o Congresso Nacional e conseguir reverter o número de votos no Senado. Na próxima fase serão necessários 54 votos.
“O PT fará uma agenda no país inteiro para firmar um debate com a sociedade. Aqui vamos reunir com os movimentos sociais, estudantes para discutir o que está acontecendo no país, quais os riscos do governo Temer, os riscos dos direitos sociais”, salientou o presidente municipal do PT, Renato Delgado.
Delgado ainda afirmou que trata-se de “um golpe disfarçado de impeachment” o que, segundo ele, “coloca em xeque a democracia no país”.
“Não existe nenhum argumento jurídico que comprove os argumentos da direita, dos golpista. O processo que terminou abre precedente para cassar todos os prefeitos, governadores, devido as pedaladas fiscais”, enfatizou.
O presidente não acredita no enfraquecimento da legenda. Segundo ele, o PT terá candidatura própria nas eleições municipais. Dois nomes são cogitados o do advogado Íris Almeida e o do ex-prefeito Demetrius Pereira.
“Quem saiu perdendo nisso tudo é o PSDB, que está desmoralizado. Isso as pesquisas estão mostrando. O Aécio Neves está despencando nas pesquisas”.
Golpe
O vereador do PT, Edimilson Andrade compartilha a mesma opinião. Ressaltou que este processo é “um atentado à democracia e um golpe contra 54 milhões de brasileiros que votaram em Dilma”.
“Muitos prefeitos fazem essas pedaladas, muitos governadores. Ela fez isso não para roubar recursos, mas para viabilizar o Prouni, Minha Casa, Minha Vida. Isso foi positivo para a população”, afirmou.
Andrade acredita que o governo de Michel Temer (PMDB) será voltado para interesses da “direita” e programas de inserção social poderão ser perdidos.
“Os direitos que ela conseguiu para os menos favorecidos, com a inserção social é difícil da direita fazer. A direita tem tendência de escutar mais os riscos e os riscos não lutam por diretos, mas para permanecer os privilégios. Direitos serão retirados da classe trabalhadora”, completou.